O Dia Mundial dos Cuidados Paliativos visa alertar para o elevado número de pessoas que se encontram em sofrimento, nas suas diversas dimensões, em consequência de doença grave e limitadora da vida e para a importância que estes cuidados têm.
Face ao desconhecimento, ideias erróneas e mitos associados acerca do que são cuidados paliativos, neste dia importa esclarecer em que consistem.
A Organização Mundial de Saúde define Cuidados Paliativos como uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos doentes e suas famílias que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alívio do sofrimento, com recurso à identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, como a dor, mas também dos psicossociais e espirituais, qualquer que seja a sua idade, diagnóstico ou estadio da doença.
Por definição, a palavra “paliativos” significa “remédio ou medida que alivia, mas não cura”; tal como é um adjetivo associado ao verbo “paliar”, que significa “atenuar, aliviar, tornar menos desagradável”. Assim, fica claro, que os cuidados paliativos consistem exatamente em cuidados que visam aliviar, suavizar ou amenizar a trajetória da doença grave vivenciada pela pessoa e pela sua família/cuidador, sem objetivo de cura. Toda a pessoa com doença grave deve usufruir precocemente de acompanhamento por Equipa de Suporte em Cuidados Paliativos.
Os cuidados paliativos focam a sua intervenção multidisciplinar no doente e na família e incluem também o apoio no processo de luto.
É emergente garantir a sua acessibilidade a todas as pessoas que deles podem beneficiar, entre as quais enquadram-se as pessoas com doença oncológica, insuficiências de órgão (cardíaca, respiratória, renal, hepática), demências, doenças neurodegenerativas, SIDA, entre outros.
O acesso a equipa de cuidados paliativos no SNS é um direito consagrado na lei em Portugal. Estima-se que só na região Oeste, são mais de 3000 as pessoas com indicação para acompanhamento nesta área.
Caso considere que faz parte do grupo de pessoas que está nesta condição (ou o seu familiar), peça ao seu médico assistente o encaminhamento para consulta de cuidados paliativos no hospital da sua área de residência.
Cuidados paliativos não são sinónimo de cuidados de fim de vida. Ajudam a pessoa a viver tão ativamente quanto possível e a gerir expetativas, aumentando a qualidade de vida.
Para o seu bem estar e porque “a tua vida importa-nos” (mote da campanha APCP), tenha acesso a cuidados paliativos.
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