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Ignorou cadáver do pai em casa e apoderou-se da sua pensão mensal de aposentação

Francisco Gomes

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Jorge Mendonça, de 87 anos, morreu em casa e a filha nada disse à família nem às autoridades, e acabou por beneficiar da pensão de aposentação do pai ao longo de vários meses, até ser denunciada por uma sobrinha. O caso passou-se nas Caldas da Rainha e vai em setembro para julgamento no tribunal de Leiria, com a arguida acusada dos crimes de profanação de cadáver, burla tributária e burla informática.
Corpo estava em avançado estado de decomposição na casa, numa rua junto à estação de comboios

A 16 de junho de 2016 a PSP e os bombeiros das Caldas da Rainha foram chamados ao princípio da noite para o primeiro andar, do lote 4, na Rua Projectada à Rua da Estação. O cheiro nauseabundo que exalava do interior do apartamento não deixava dúvidas: o morador estava cadáver, em avançado estado de decomposição.

O óbito foi confirmado pela equipa da viatura médica de emergência e reanimação das Caldas da Rainha e as autoridades policiais recolheram vestígios, mas segundo o Ministério Público, “não foram observados indícios da intervenção de terceiros”.

De acordo com o despacho de acusação, citado pela agência Lusa, “não foram encontrados sinais de arrombamento, a porta da entrada estava trancada, o corpo foi encontrado deitado no chão da cozinha coberto por pó de cor castanha e a porta da cozinha estava fechada à chave pelo lado do corredor, com a chave na porta”.

Sem provas de que possa ter ocorrido um crime de homicídio, o Ministério Público arquivou o inquérito “nesta parte”. No entanto, o Ministério Público acusou a filha da vítima de ter conhecimento durante vários meses da morte do pai e não comunicar às autoridades para se aproveitar da pensão de aposentação dele, no valor mensal de 1.167,20 euros.

Segundo o Ministério Público, a mulher, com cerca de 60 anos, antiga educadora de infância, sofre de psicose esquizofrénica paranóide crónica, uma doença que se carateriza por “alucinações” e “total ausência de crítica para com a sua situação clínica e para a necessidade de tratamento”, que havia recusado. A perigosidade do seu comportamento já terá levado à determinação de uma medida preventiva de internamento, por questões de segurança da própria comunidade em seu redor. Os vizinhos confirmam o caráter “conflituoso e violento” da mulher, com quem dizem ser impossível de se relacionarem.

A arguida ia todos os dias a casa do pai, pelo que o Ministério Público não entende ser credível a possibilidade dela não ter conhecimento que ele estava morto. Descreve aliás, que ela cobriu o corpo da vítima “com café e chocolate em pó” e continuou a frequentar a residência, aproveitando a pensão do pai, depositada na conta deste, para fazer compras. Vizinhos relatam que acharam estranho a ausência prolongada de Jorge Mendonça, mas nunca imaginaram que estivesse morto dentro da habitação.

A denúncia partiu da neta do falecido, sobrinha da arguida, que constatou que o carro do seu avô estava abandonado há muito tempo no parque de estacionamento subterrâneo da Praça 5 de Outubro, com as taxas por pagar, pelo que contatou a PSP das Caldas da Rainha e fez ativar a deslocação dos agentes à casa onde foi encontrado morto. O caso foi depois transmitido à Polícia Judiciária de Leiria.

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