Este projeto, que foi submetido à Direção-Geral dos Recurso Naturais (DGRM) para a instalação de uma exploração de criação de ostras, ameijoas e berbigão, na zona das antigas salinas do Arelho, nomeadamente entre o percurso pedonal e o aeródromo, ainda é “desconhecido” para a Associação de Pescadores e Mariscadores da Lagoa de Óbidos (APMLO), que em “tempos apresentou um semelhante mas que a DGRM rejeitou”.
Durante o encontro com o candidato do PCP às próximas eleições europeias, o tesoureiro da APMLO, Rui Elias, também informou que trata-se de um projeto que prevê ocupar “uma área de 24 hectares e meio”, para a criação de bivalves. Nesse sentido, a associação teme que esta exploração “ponha em causa a subsistência dos mariscadores que já têm dificuldades em escoar o seu produto, e que, com esta produção em grande escala, não terão onde vender os bivalves”.
Perante estas preocupações, o candidato a eurodeputado sublinhou que “esta é uma questão inalienável, que é avançarem com qualquer tipo de projeto para esta Lagoa, sem ouvirem a associação, que representa os pescadores e mariscadores”. Esta questão já tinha sido referida no comunicado, que igualmente exigia que a associação “fosse ouvida e que a participação dos pescadores e mariscadores da Lagoa seja aceite, fora do contexto de uma mera consulta pública”.
O eurodeputado também referiu que este projeto põe em causa uma série de outras questões, nomeadamente, o “facto de agora avançarem com um projeto similar àquele que a associação apresentou há cinco anos”. Criticou que “não faz qualquer sentido que estes processos andem de uma forma tão desligada de quem depende da Lagoa”.
Os comunistas consideraram que este projeto “deve merecer, por parte das entidades responsáveis pelo seu licenciamento, mas em especial dos membros do Governo que tutelam a Lagoa, o Ministro do Ambiente e a Ministra do Mar, a necessária intervenção, no sentido de serem salvaguardados os interesses dos pescadores e mariscadores locais”.
No encontro, a delegação comunista também informou que irá questionar o Governo relativamente ao projeto.
De acordo com a Agência Lusa, a “autarquia deu parecer favorável à instalação do projeto nas antigas salinas de Óbidos, considerando o presidente da Câmara, Humberto Marques, que o mesmo se traduz na “valorização de uma zona que passará a criar riqueza e a contribuir para a afirmação na importância da Lagoa a nível local e nacional”.
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