Segundo o mentor da iniciativa, Filipe Lopes, “é um projeto que utiliza a literatura e a arte para dar horizontes a quem os perdeu, para criar uma sociedade mais inclusiva”.
“Não esperamos compreensão ou simpatia pelo trabalho que desenvolvemos nem um conhecimento de uma realidade por parte de quem nunca teve contacto com ela. E desejamos, com toda a sinceridade, que quem considera a educação em meio prisional algo desnecessário e “uma vergonha com tanta gente boa a precisar (sic)” nunca se veja obrigado a conhecer este mundo onde nos movimentamos, não porque gostemos mas porque acreditamos que é útil para toda a sociedade. Incluindo quem não tem a perceção de que o estamos a fazer também por elas”, manifesta.
É considerado de relevante interesse pela Direção Geral de Reinserção e dos Serviços Prisionais e tem merecido a aceitação e a participação empenhada dos reclusos. Foi apoiado financeiramente pela atual Direção Geral do Livro e das Bibliotecas nas primeiras edições, sendo posteriormente um trabalho realizado de forma inteiramente voluntária, com todos os custos suportados pela estrutura.
É uma iniciativa apoiada pelo Grupo O Contador de Histórias e pela CULTIV – Associação de Ideias para a Cultura e Cidadania. Em 2013, foi adicionada uma vertente formativa com o projeto “Palavra Chave”, que procura formar e coordenar voluntários, motivando-os para a intervenção nos estabelecimentos prisionais da sua área de residência.
Este ano já decorreram ações nos Estabelecimentos Prisionais de Paços de Ferreira, Vale do Sousa, Vila Real, Viseu, Caldas da Rainha, Carregueira, Alcoentre, Lisboa, Tires, Beja Sintra, Leiria (adultos e jovens), Montijo, Olhão, no Hospital Prisional de São João de Deus e também no Estabelecimento Prisional junto da Polícia Judiciária do Porto, em Bragança, Lamego, Grândola, Ponta Delgada e Lisboa.
Os voluntários terão formação de forma a darem continuidade às visitas da melhor forma. Os candidatos podem inscrever-se na página A Poesia Não Tem Grades no Facebook.
Francisco Gomes
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