No dia seguinte começou a terceira intervenção de emergência das Câmaras de Óbidos e das Caldas para aprofundar o canal de ligação da Lagoa de Óbidos ao mar, que terminou na segunda-feira, informou o vice-presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Hugo Oliveira.
A obra para aprofundar a aberta para que entre mais água do mar para a lagoa foi feita novamente pelos dois municípios, na sequência de um apelo efetuado na quarta-feira por pescadores e mariscadores devido ao facto do assoreamento estar a reduzir a entrada de água na lagoa, fazendo-a perder oxigenação e pondo em risco os bivalves.
A intervenção com as máquinas giratórias, que trabalharam de sexta a segunda-feira, teve como objetivo aprofundar mais a aberta para que haja uma maior entrada de água salgada na lagoa.
Na passada quarta-feira de manhã, na altura em que a empresa contratada para as dragagens terminava as últimas montagens do estaleiro e tubagens, para no dia seguinte iniciar a obra, os pescadores e mariscadores, convictos de que se a lagoa não tivesse água do mar até ao final da semana os peixes morriam, concentraram-se na Foz do Arelho, onde se encontravam as dragas, para exigir que fosse alterado o plano de dragagens.
Preocupados com a situação e sabendo que o impedimento das dragagens pode levar à aplicação de uma coima de cerca de 40 mil euros, as quatro juntas de freguesia que confinam com a lagoa (Foz do Arelho e Nadadouro, no concelho das Caldas da Rainha, e Vau e Santa Maria, no concelho de Óbidos) decidiram convocar uma reunião na quarta-feira à tarde na Associação Cultural Recreativa do Nadadouro. Presentes também estiveram os vice-presidentes das câmaras das Caldas e Óbidos,Hugo Oliveira e PedroFélix. Concentraram-se no encontro cerca de 80 pescadores que exigiram uma “solução urgente para evitar uma catástrofe ecológica”, temendo que a falta de oxigenação da lagoa e o surgimento de algas (devido ao aumento da temperatura) provocassem “problemas com o marisco e o peixe, sobretudo as enguias, que começam a morrer”.
Apesar das anteriores intervenções feitas pelos municípios das Caldas e Óbidos, os pescadores alegavam que a água salgada que entrava na lagoa é muito pouca e que a nova intervenção tinha que ser feita em “48 horas ou os peixes morriam”.
O presidente da Junta da Foz do Arelho foi firme quando disse aos pescadores que o local das dragagens não podia “de forma nenhuma ser alterado”, mas que as Câmaras das Caldas e Óbidos estavam dispostas em fazer outra intervenção de emergência.
Na reunião foram discutidas duas alternativas de intervenção: ou se abria mais para os lados a aberta (canal que liga a lagoa de Óbidos ao mar) ou se fazia o aprofundamento do canal”. Foi decidido avançar com o aprofundamento do canal para que houvesse uma maior entrada de água do mar na lagoa, com recurso a máquinas giratórias.
Na quinta-feira, a pedido da APA, foi feita uma análise à água da Lagoa para saber o seu estado. Mesmo sem o resultado da análise, foi dada autorização às Câmaras para a intervenção de emergência, que tem o valor de cerca de 5 mil euros.
Esta é, desde março, a terceira vez que as duas câmaras realizam intervenções de emergência para repor a ligação entre a lagoa e o mar.
Atéaofechodesta edição Hugo Oliveira ainda não tinha conhecimento dos resultados dos testes feitos à água da Lagoa.
As dragagens terão uma duração de nove meses e incidirão na remoção de 650 metros cúbicos de areia, que serão removidos de quatro canais da lagoa, dois principais e dois transversais.
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