Depois de terem falhado as sessões de segunda e terça-feira, os jogadores do Real Madrid participaram no treino antes da despedida de Óbidos, embora de forma condicionada, por estarem ainda a recuperar das respectivas lesões (traumatismo do ombro esquerdo e mialgia da coxa esquerda) contraídas no jogo com o Barcelona.
Tudo aponta para que estejam aptos para jogar frente aos russos, inspirando a recuperação de Pepe maiores preocupações, segundo confessou o próprio jogador.
O avançado e o defesa-central estiveram sempre juntos no campo de treinos e à parte do restante grupo, no período de quinze minutos aberto à comunicação social. Primeiro sentou-se no banco de suplentes ao lado do vice-presidente da Federação, Humberto Coelho, e do director João Pinto. Pepe entreteve-se com pequenos toques na bola.
Ambos foram depois para o campo secundário, acompanhados do fisioterapeuta António Gaspar. Efectuaram corrida e Ronaldo ainda fez o gosto ao pé. Ao passarem pelos jornalistas esboçaram sorrisos, mostrando a alegria por estarem a ultrapassar as lesões, pese embora por várias vezes o capitão da selecção tenha levado a mão ao ombro.
Pepe: “O Cristiano está bem”
“São lesões completamente diferentes, mas o Cristiano tem mais possibilidade do que eu de estar no jogo de sexta-feira”, reconheceu Pepe.
“Sinto-me melhor, nestes dois dias evoluí bastante, mas ainda não estou 100%. Vamos ver como reajo. O Cristiano está bem e a passar uma fase muito boa, espero podermos ajudar a selecção na sexta-feira”, adiantou.
O defesa central considerou “difícil” o confronto com a Rússia, apontando que a selecção de Leste “está mais forte e com uma mentalidade ganhadora com o novo treinador [o italiano Fabio Capello], a defender melhor do que na qualificação para o Europeu e com jogadores que a qualquer momento podem decidir o jogo”. Por isso, a missão “para ganhar a um adversário directo” é “jogar ao ataque para conseguir um bom resultado”. Contudo, defendeu, “se não sairmos de lá com uma derrota é também um resultado positivo”.
Pepe deixou, no entanto, a mensagem aos russos: “Eles têm que se preocupar mais connosco do que nós com eles”.
O internacional português referiu-se ainda ao facto do jogo ser disputado num relvado sintético, mais rápido. “Nunca é igual ao relvado normal, temo-nos de nos adaptar e não é desculpa para que possa acontecer alguma coisa negativa”, afirmou.
Ainda sobre a polémica das suas declarações acerca do jogo do passado domingo com o Barcelona, em que acusou os jogadores catalães de “fazerem teatro” e simularem faltas, tendo recebido duras críticas do médio Iniesta e do técnico Tito Vilanova, Pepe comentou que “falei do que aconteceu durante o jogo e já estou acostumado que a verdade dói”.
Apontamentos
Guarda-redes
A transição rápida da bola do guarda-redes para o ataque assim como o posicionamento dos guardiões face aos defesas e aos adversários atacantes, preencheram as movimentações de Rui Patrício, Eduardo e Beto, enquanto o restante grupo limitou-se a exercícios de aquecimento, seguindo-se trocas de bola, no período de treino aberto à imprensa.
O seleccionador Paulo Bento limitou-se a observar, deixando as orientações para os adjuntos João Aroso e Ricardo Peres.
Nani com carro
Nani foi o primeiro a desembaraçar-se da bagagem que tinha no hotel antes da partida para o aeroporto. Dirigiu-se sozinho para o autocarro da selecção, mas em vez de colocar ali a mala, prosseguiu para o parque de estacionamento geral, onde deixou a bagagem numa viatura. Passou despercebido até um segurança ter notado, observando-o à distância e impedido qualquer aproximação.
Bagagem esquecida
Um elemento do staff da selecção esqueceu-se da bagagem na unidade hoteleira, tendo sido um funcionário que, a assobiar e a correr, conseguiu ainda alertar a comitiva. O autocarro que transportava os jogadores já não parou, mas a mala de Manuel Silva, técnico de equipamentos da Federação, foi recolhida por outro carro que ia atrás.
Fãs só tiram fotos
No momento da despedida não houve fãs a pedirem autógrafos aos jogadores, concentrando-se apenas alguns adeptos que aproveitaram para tirar fotografias. Ronaldo saiu de mochila às costas e boné na cabeça, mexendo com uma mão no telemóvel e carregando noutra uma revista. Esboçou um ligeiro cumprimento de despedida e um sorriso aos funcionários.
Autocarro limpo
O motorista da selecção é um funcionário zeloso da limpeza. Todos os dias, após deixar os jogadores no treino, procedia à lavagem exterior de parte do autocarro. Após o regresso ao hotel, repetia a operação, limpando tapetes e verificando o interior da viatura.
Prancha de surf em chocolate
Alguns surfistas, juízes e staff do campeonato do mundo de surf que se está a realizar em Peniche encontram-se alojados no mesmo hotel ocupado pela selecção. No átrio da unidade hoteleira está exposta uma prancha em tamanho real feita em chocolate, elaborada pelo pasteleiro César Mata.
Francisco Gomes
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