Uma mulher entre os 30 e os 40 anos assaltou uma ourivesaria nas Caldas da Rainha, mas a meliante andou pelas cidades do Oeste a tentar fazer o mesmo tipo de assaltos. O assalto nas Caldas foi consumado no dia 22 de Janeiro quando a mulher resolveu dirigir-se à ourivesaria e queria alegadamente fazer uma compra. No meio das amostras dos produtos conseguiu ludibriar a gerente do estabelecimento. “Ela entrou e começou por dizer que uma sobrinha fazia anos e que cinco tias disponibilizaram uma determinada verba que queriam gastar num fio e numa pulseira para oferecer à menina. Eu mostro fios e pulseiras. Negociamos um conjunto e pego num pano de fios, após ter pegado num pano de medalhas que não abro, mas deixo de lado no balcão. Entretanto a senhora chega a acordo comigo e diz que vai ter com a irmã ao supermercado e que já voltava com o dinheiro todo, porque só trazia uma determinada verba. Por mim tudo bem. Passaram vinte minutos, meia hora e a senhora não voltou. A minha vizinha até comentou comigo se eu teria sido roubada, mas não acreditei. Quando começo a arrumar os panos, é que verifiquei que me faltava o pano das medalhas”, relatou a gerente da ourivesaria, com 65 anos, afirmando que a mulher terá levado “meio quilo de ouro” no meio da confusão do negócio. “A dada a altura pediu-me para ver um mostruário atrás de mim e terá sido nessa altura que ela colocou o pano na mala. Ela é profissional. Ela tem um discurso idêntico em outras ourivesarias”, descreveu. A lesada contou que depois procedeu a uma investigação, já que o seu sistema de videovigilância tinha avariado precisamente naquele dia, e obteve uma imagem que pensa ser da mesma mulher, em Peniche, onde terá tentado fazer o mesmo acto noutra ourivesaria. “Identificámo-la pela mala, porque é a mesma, pelo discurso, pela bolsa dos óculos. Em pormenor consegue perceber-se que é a mesma pessoa”, disse. “Ela tem entre os 30 e os 40 anos. Tem cabelo comprido, às vezes mete-o entre o casaco. Em Peniche usou uma boina, mas nas Caldas anda de cabelo solto. Raça branca, portuguesa, sem sotaque”, relatou. A lesada explica que “não há seguros e os que existem são incomportáveis, porque teria de haver sangue. Primeiro matavam-me e depois o seguro eventualmente é accionado”, desabafou. Segundo a PSP, a queixa foi recebida no dia 2 de Fevereiro, altura em que foi apurado o valor de 28.237,70 euros em objectos furtados no dia 22 de Janeiro entre as 13h05 e as 13h30, quando a mulher entrou no estabelecimento e furtou um pano mostruário, contendo medalhas, cruzes, aros de libras, corações e outros artigos em ouro. A PSP acrescenta que a ladra usou “o método de astúcia”, por “solicitar sempre mais artigos para ver, no intuito de confundir a lesada”. Carlos Barroso