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Muro de “tijolos” nacionalistas

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Os BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa) — em 2024 incluirão também a Arábia Saudita, Argentina, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irão, segundo ficou decidido na reunião de 22 de Agosto, em Joanesburgo. Mas há uma extensa lista de espera para integrar este clube, que inclui Argélia, Cuba, Indonésia, Turquia, Venezuela, entre vários outros países (veremos se o acrónimo se mantém).

Os BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa) — em 2024 incluirão também a Arábia Saudita, Argentina, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irão, segundo ficou decidido na reunião de 22 de Agosto, em Joanesburgo. Mas há uma extensa lista de espera para integrar este clube, que inclui Argélia, Cuba, Indonésia, Turquia, Venezuela, entre vários outros países (veremos se o acrónimo se mantém).

Os BRICS não ambicionam ser um bloco económico como a UE, querem antes ser uma espécie de novo Movimento de Não-Alinhados, como o que se formalizou em 1961 para enfrentar as duas superpotências de então, Estados Unidos e União Soviética.

Continuando com a analogia anglicista (bricks), qual é o cimento deste crescente muro de “tijolos” refractários ao Ocidente? Alguns sendo inimigos de longa data — China e Índia chegaram a defrontar-se militarmente na fronteira dos Himalaias e mantém aí um conflito latente; Arábia Saudita e Irão, respectivamente sunitas e xiitas, protagonizam desde sempre uma oposição religiosa insanável — e não havendo afinidades culturais, conclui-se que só se unem contra a ordem liberal do Ocidente dominada pelos Estados Unidos.

Na Idade Moderna, no fim da Guerra dos Trinta Anos, surgiu a ordem estabelecida nos Tratados de Vestfália, em 1648, elevando-se a França como potência dominadora. Já na Idade Contemporânea podemos enumerar a ordem definida no Congresso de Viena pelas potências conservadoras que venceram Napoleão em Waterloo, em 1815; a ordem ditada pelos vencedores da Grande Guerra, a partir de 1919, com o Tratado de Versalhes, que se manteve até se estabelecer a ordem da Guerra Fria; e, desde a implosão da União Soviética, EUA e a UE têm procurado impor a actual ordem liberal, a que os BRICS se opõem.

E opõem-se concretamente a quê? No Médio Oriente prevalece a autocracia, monarquias dinásticas e teocráticas cujos dirigentes e súbditos não têm interesse em regimes democráticos. Grande parte dos países africanos afina também por este diapasão antidemocrático. Além disso, o denominador comum da resistência à ordem liberal do Ocidente é o nacionalismo — os africanos porque são muito ciosos da independência recente, os da América do Sul, Médio Oriente e parte dos asiáticos porque interpretam a interferência ocidental como tentativa de domínio. Ou seja, em oposição ao Ocidente, o resto do mundo pauta-se por interesses nacionais e é ferozmente refractário ou ao globalismo ou à democracia ou a agendas igualitárias e inclusivas ou a tudo isto em simultâneo. Há também o objectivo de se libertarem do dólar. Em 2024 apresentarão uma moeda comum, à maneira do ECU que antecedeu o Euro, para transações comerciais entre eles que dispensem de vez o dólar, e querem atingir já neste ano pelo menos 30% das transações em moedas nacionais, prevalecendo o yuan chinês.

A estratégia de fundo neste alargamento consiste em seleccionar países dos vários continentes e com culturas milenares (Etiópia, Pérsia/Irão, a juntarem-se às da China e Índia), isto é, dar importância não só ao peso geoestratégico dos novos membros, mas também evidenciar outras civilizações.

Os BRICS vêm afirmar que não há só uma maneira de ver o mundo, e que, representando 40% do PIB mundial e mais de metade da população do planeta, são uma força que não pode ser ignorada.

O alargamento e consolidação dos BRICS cria uma ordem multipolar, que para o Ocidente é uma estranha novidade.

Escrevo segundo a anterior grafia.

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