Fruto de uma parceria entre o Hospital Termal e uma utente, a cidade das Caldas vai possuir um núcleo de doentes que sofrem de fibromialgia. Este núcleo tem como sua potenciadora Margarida Rézio, que é também doente do Síndrome de Fadiga Crónica. A responsável pela criação deste Núcleo aproveitou o conhecimento e o facto de ser utente do Hospital Termal para lançar o desafio e servir de ensaio no tratamento da sua doença. O núcleo está sediado no Hospital Termal e deverá ser formalizado em Setembro, altura em que virá a presidente da Myos (Associação Nacional contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica), que dará uma palestra sobre a doença. Margarida Rézio teve conhecimento que era fibromiálgica há cinco anos, depois de lhe ter sido diagnosticada a doença e cedo pensou na criação deste Núcleo de Fibromialgia. “A água é um tratamento particular para o doente de fibromialgia. Enquanto fazemos o tratamento com água não precisamos de medicamento químico. A água é só por si um medicamento natural. Aqui faz-se o banho simples de água, banho de bolha de ar, e pode-se fazer o duche circular, duche de vichy, pedilúvio e as massagens”, disse. Após o tratamento com a água termal a reacção do doente “é muito agradável”. “No primeiro dia achei que tinha melhoras, mas não atribuí à água. No segundo dia achei que não precisava do medicamento. Achei esquisito e não tomei o medicamento. Depois falei com o técnico de balneoterapia, que disse ser normal a abstinência ao medicamento. Transmiti esta situação aos meus médicos de ortopedia, de hidrologia e de reumatologia, que me acompanharam neste processo, onde obtive melhoras consideráveis com os tratamentos termais e com isso melhorei a minha qualidade de vida”, relatou. Margarida Rézio vincou que o facto do Hospital Termal possuir uma vasta equipa de clínicos disponíveis para acompanhar os doentes nas diferentes áreas, dá garantias de sucesso nos tratamentos, onde existe também um acompanhamento psicológico. O Núcleo tem na direcção Margarida Rézio e Lurdes Fonseca, das Caldas da Rainha, e Justina Alexandre, de Peniche, conta com o apoio da associação Myos. Estas três mulheres estão a realizar protocolos com entidades regionais, pretendendo realizar acções de sensibilização de modo a divulgar que a doença é tratada no Hospital Termal, tanto a nível da reumatologia, como da psicologia, dietética e toda a área termal. “A fibromialgia é uma doença que afecta os músculos e tem vários pontos nevrálgicos da dor, espalhados por todo o corpo humano, situando-se essencialmente nos membros inferiores e superiores, na zona do peito, pescoço e cabeça. São grandes contracções nos músculos que provocam grandes dores. A fibriomialgia é uma dor que se sente, mas que não se vê e normalmente somos acusado de não termos dor nenhuma porque temos sempre bom aspecto”, disse Margarida Rézio. Esta doença afecta sobretudo mulheres entre os 20 e os 50 anos e tem como sintomas dores generalizadas, fadiga, alterações do sono e perturbações cognitivas. São considerados como critérios a duração superior a três meses de dor generalizada por todo o corpo, dor à palpação digital em 11 de 18 pontos e, pelo menos, mais dois dos quatro sintomas de fadiga, alterações do sono, perturbações emocionais e dores de cabeça. Para se tornarem associados do núcleo os interessados terão de pagar uma quota anual de 30 euros. Os interessados podem contactar o tlm. 915 491 456. Carlos Barroso