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Um dia na vida de um nadador-salvador da Foz Iuri Oliveira nasceu nas Caldas da Rainha, tem 22 anos e é nadador-salvador há cinco. Tirou o curso do Instituto de Socorros a Náufragos na piscina municipal e desde então passa o Verão nas praias. No primeiro ano esteve na Praia Azul (Santa Cruz), o segundo […]
Iuri Oliveira

Um dia na vida de um nadador-salvador da Foz Iuri Oliveira nasceu nas Caldas da Rainha, tem 22 anos e é nadador-salvador há cinco. Tirou o curso do Instituto de Socorros a Náufragos na piscina municipal e desde então passa o Verão nas praias. No primeiro ano esteve na Praia Azul (Santa Cruz), o segundo ano na praia do Navio, Física e Mirante (todas em Santa Cruz, no Baleal e na Foz do Arelho, e o resto dos anos tem estado na Foz do Arelho. Agora encontra-se na concessão da praia do mar, entregue ao bar Ala Norte, numa extensão de 150 metros. “É uma actividade ingrata porque muitas vezes as pessoas não acatam as nossas ordens, vêem-nos como pessoas um pouco chatas, que não deixamos a malta ir ao banho ou que apitamos quando não cumprem as regras. Há pessoas que respeitam e admiram o nosso trabalho e há outras que não, que por vezes não obedecem e complicam o nosso trabalho”, conta. Todos os dias Iuri Oliveira está na praia, acompanhado de mais outros dois nadadores-salvadores – Samuel e Mário. “Mais do que uma equipa somos uma família a trabalhar”, considera. “Chegamos por volta das nove e meia, vamos avaliar as condições do mar, usar o equipamento, carregar material, montar posto de praia, avaliar outra vez o mar, içar a bandeira e às dez está tudo pronto”, relata. Até às oito da noite, altura em que a vigilância cessa, há sempre “muito para fazer”. “Apanhamos lixo da concessão e estamos sempre de olho-vivo e aberto para o mar. Por vezes quando há dificuldades de avaliação do mar vamos para a água, quando está grande afluência de gente fazemos segurança dentro de água, estamos lá a controlar”, descreve. Iuri Oliveira diz que os surfistas “muitas vezes ajudam nos salvamentos”. A maior dificuldade “são as pessoas que não acatam as nossas ordens e vão para zonas perigosas, mesmo depois das nossas explicações”. “Às vezes não é não verem, as pessoas não querem ver, até os mais velhos que vêm cá há muitos anos dizem que têm experiência, mas o mar está sempre em mudança”, alerta. Na concessão existe uma mota 4×4 equipada com mala de primeiros socorros, prancha, três cintos, duas bóias-torpedo, duas pranchas de salvamento, dois carretéis, bandeiras e walkie talkies para comunicar entre a equipa. “Temos uma enfermaria e aqui vêm parar praticamente quase todos os casos na praia, seja da área concessionada ou não, sobretudo picadas de peixe-aranha e cortes nos pés por causa de lixo ou vidro”, refere. “Tenho curso de primeiros socorros e por isso estou dentro da área”, assegura, indicando que “ao fim-de-semana temos os bombeiros”. Quanto a casos de salvamento, este ano “só tive de ajudar um homem e um rapaz que se atrapalharam na zona de rebentação, pediram ajuda e tirei-os”. “Apostamos bastante na prevenção”, sublinha Iuri Oliveira. Contudo, o nadador-salvador não esquece casos mais dramáticos. “Há dois anos faleceu-me um senhor nas mãos, por congestão. Fizemos tudo o que tínhamos a fazer, nós, bombeiros, INEM e VMER”, recorda. O jovem admite que é “extremamente dedicado a esta actividade, que não é emprego nem profissão, mas poderá vir a ser”. É pelo menos uma actividade que vai desempenhar até meados ou finais de Setembro, mas Iuri Oliveira tem outras ocupações. Por exemplo, tem um projecto musical. “Sou percussionista e saio da praia à noite e vou tocar, às vezes até às tantas da manhã e depois às nove e meia estou aqui outra vez”, conta. Mas não se fica por aqui – é júri de natação de águas abertas, árbitro nacional de águas abertas e de natação pura, e professor de natação (agora não está a exercer, mas esteve vários anos nos Pimpões), e encontra-se a tirar o curso superior de desporto e natureza em Rio Maior. “Fui nadador de competição durante seis anos e federado no bodyboard e surf. Na água sinto-me como um peixinho”, afirma. A forma física é uma das suas preocupações. “O nadador-salvador não almoça, alimenta-se. Enquanto ficam os outros dois nadadores lá em baixo, vai um almoçar, mas não podemos comer muito para não parar a digestão. Eu sou vegetariano, portanto é tudo à base de saladas, muita água, muita fruta, pãozinho a meio do dia e almoço arroz com salada”, revela. “Estou sempre na linha de água, por vezes tenho um bloco de notas onde vou escrevendo qualquer coisa, talvez um dia para publicar, mas estou sempre a falar com as pessoas, estão sempre a questionar se podem ir nadar, há sempre actividades para fazer”, adianta. E no final, o cansaço: “Às 20h30 só queremos estar a descansar, mói apanhar a claridade nos olhos, andar na areia é um endurance elevado”. Com tanta actividade, Iuri Oliveira reconhece que “às vezes não temos tempo para estar com os amigos, eles aparecem e estão a jogar a bola e a brincar e nós não podemos dar atenção, às vezes não dá para estar com a família, é um sacrifício”. E que o diga a namorada, Sandra. “Às vezes vem aqui ter, mas prefere muitas vezes ficar à parte, porque sabe que não vou estar com atenção nela”, diz o nadador-salvador. Francisco Gomes

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