A largura da passagem desnivelada ao caminho-de-ferro, junto ao Largo da Vacuum, que une as duas freguesias urbanas das Caldas da Rainha – Santo Onofre e Nossa Senhora do Pópulo – é suficiente para o cruzamento entre dois carros. A garantia é dada pelo vereador Hugo Oliveira. Mesmo antes de abrir e já com o túnel visível, têm sido vários os comentários da população e um dos receios é de que a passagem inferior não tenha o espaço conveniente para a circulação de automóveis nos dois sentidos. Hugo Oliveira assegura que “não haverá dificuldade de se cruzarem automóveis”, embora reconheça que a anterior estrada, à superfície, era maior. Quanto a existência de uma rotunda junto ao Largo da Vacuum, também apontada como estando muito em cima da saída do túnel, dificultando a visibilidade, dado ter uma inclinação acentuada, o autarca desdramatiza e assegura que se na prática se verificar a necessidade, a rotunda poderá ser ligeiramente recuada. A passagem será inaugurada em Março. Custou um milhão de euros, 70 por cento comparticipados pela Câmara e o restante pela Refer. A autarquia está em negociações com a empresa gestora das infraestruturas ferroviárias para aproveitar a zona do cais de carga e descarga de madeira e poder alargar a Rua da Estação e colocar circulação nos dois sentidos. Uma medida considerada “importante”, uma vez que aquela zona terá agora mais trânsito, podendo ajudar a circulação rodoviária desde o centro da cidade. Quanto aos passeios debaixo do túnel, aparentemente a largura dá segurança aos peões. Resta saber se terão a devida iluminação. Contudo, os vereadores do PS criticam “a decisão pessoal do senhor presidente da Câmara em construir uma segunda passagem pedonal (Sul) na passagem inferior ao caminho-de-ferro”, considerando que tal “contribui para uma notória diminuição da desejada segurança rodoviária neste local”. “Esta decisão nunca esteve contemplada no projecto original e acarretou custos adicionais na execução final da obra. Consideramos que não foi estudada devidamente a possibilidade de conciliar a desejável existência de duas passagens pedonais – uma preocupação compreensível – com a qualidade da segurança rodoviária. Resulta desta alteração ao projecto uma redução notória da largura das faixas e da respectiva folga entre veículos em circulação simultânea. O aumento da probabilidade da ocorrência de acidentes não pode deixar de ser cometida à decisão do senhor presidente da Câmara”, manifestam os socialistas. “Consideramos inaceitável que um investimento de cerca de um milhão de euros resulte numa obra que, logo à partida, revela insuficiências de segurança”, afirmam. Os autarcas do PS fazem também notar que “as recentes chuvas demonstraram já que o túnel não parece ter capacidade de escoamento de águas pluviais, factor que pode contribuir para prejudicar ainda mais a qualidade da segurança rodoviária desta obra”, razão pela qual “deverá ser mesmo considerada a possibilidade de não abrir esta via ao público enquanto não estiverem asseguradas as condições de segurança que haviam sido previstas no projecto original”. Hugo Oliveira garante que o problema se resolve logo que se ligarem as bombas de escoamento. Francisco Gomes