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Naufrágio faz desaparecer quatro pescadores

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Uma embarcação de pesca com quatro tripulantes a bordo desapareceu ao princípio da noite da passada quinta-feira ao largo de Peniche, tendo de imediato sido accionados pela Marinha meios de busca e salvamento para o local. O alerta da embarcação ‘Fábio e João’, a reportar dificuldades, foi captado por outro pesqueiro, através de um canal […]
Naufrágio faz desaparecer quatro pescadores

Uma embarcação de pesca com quatro tripulantes a bordo desapareceu ao princípio da noite da passada quinta-feira ao largo de Peniche, tendo de imediato sido accionados pela Marinha meios de busca e salvamento para o local. O alerta da embarcação ‘Fábio e João’, a reportar dificuldades, foi captado por outro pesqueiro, através de um canal que emite em VHS, que avisou a capitania do porto de Peniche. O mestre da embarcação ‘Dário Luís’, Hugo Fonseca, estava a comunicar com o mestre do “Fábio e João”, Amândio Pinto, quando este gritou que o barco estava a virar. Eram cerca das 19h30. O alerta é então dado. É activado o Salva-Vidas de Peniche e um helicóptero da Força Aérea. Durante a noite junta-se corveta António Enes, da Marinha. São feitas buscas entre 3 a 5 milhas da costa, centradas na área em frente à praia da Areia Branca (Lourinhã), ao longo de 20 milhas (entre as praias de Santa Cruz-Torres Vedras (limite sul) e Areia Branca-Lourinhã) As buscas continuaram durante a madrugada. Na sexta-feira aos meios atrás referidos juntaram-se elementos em terra – 9 agentes da Polícia Marítima de Peniche e 6 viaturas e 14 elementos da Protecção Civil de Peniche, Lourinhã e Torres Vedras. Populares e alguns familiares dos pescadores concentraram-se em frente à Estalagem da Areia Branca, de onde se podem ver as operações de busca. “É uma angústia muito grande. Trabalham para governar a vida e depois acontecem estas coisas”. O desabafo era de Herófilo Rato, cunhado de José Martinho, um dos tripulantes da embarcação naufragada. Antigo pescador, apontou que o familiar também “estava à espera da reforma, tinha metido os papéis no ano passado, depois de 40 anos de mar”. Outro familiar, Rui Mateus, confessava que seria “um milagre” se os pescadores aparecessem vivos. “Não estamos à espera de boas notícias”, manifestou, frisando que “não há ninguém que se salve tanto tempo dentro de água”. Essa era também a convicção do comandante da capitania de Peniche, Patrocínio Tomás. “À medida que o tempo passa, a esperança reduz”, declarou. O responsável indicou que “o mar não estaria calmo, mas propício à actividade”, revelando que “não temos uma pista do que terá acontecido à embarcação”. “Os sistemas de emergência previstos não foram activados”, informou o comandante, que criticou o facto de a única comunicação de alerta emitida pelo mestre da embarcação ter sido feita através “de um canal de trabalho dos pescadores (canal 10), em vez do canal internacional de segurança (canal 16)”, o que, sustentou, impediu “ter  informação mais detalhada, sobre qual a posição da embarcação e tipo de incidente”. Aproveitou por isso para “lançar um apelo” às embarcações de pesca e de recreio para “cumprirem procedimentos de segurança”. Barco localizado No sábado, uma mancha de gasóleo e a descoberta de uma rede de pesca com apetrechos enrolados permitiram  localizar, a quatro milhas a sul do Cabo Carvoeiro e a cinco milhas ao largo da Praia da Consolação, em Peniche, a embarcação “Fábio e João”. Logo pela manhã foram retirados um pouco mais a sul, a quatro milhas ao largo da praia da Santa Rita, em Torres Vedras, quatro recipientes utilizados para colocar os anzóis, pertencentes à embarcação. As acções de busca prosseguiram, com a corveta António Enes, uma avioneta da Força Aérea e o salva-vidas Vigilante do Instituto de Socorros a Náufragos. Em terra, agentes da Polícia Marítima, elementos da Capitania de Peniche e Protecção Civil e bombeiros, varriam a área para detectar os destroços. Alertados pela visualização de uma mancha de gasóleo, três barcos de pesca – “Silvestre Afonso”, de Vila do Conde, “Leão Marinho” e “Milagre”, ambos de Peniche – que se encontravam na faina, auxiliaram nas buscas e vieram a detectar uma rede à superfície. Enrolados estavam outros destroços, como utensílios de pesca, uma bóia salva-vidas com o nome do barco, uma bandeira nacional e uma panela para fazer comida. A descoberta foi relatada à Marinha, que enviou mergulhadores para o local, mas o agravamento das condições do mar a sul do Cabo Carvoeiro impediu a sua entrada na água e fez cancelar o prosseguimento das operações. O agravamento das condições do mar, com ondulação entre dois metros e meio e três metros e meio, impediu no domingo uma equipa de seis mergulhadores da Marinha de pesquisar a área onde estará afundado o pesqueiro” Fábio e João”. Não foi assim possível confirmar se os corpos dos quatro pescadores que iam a bordo estão presos na embarcação no fundo do mar. O barco encontra-se a 57 metros de profundidade e só com mergulhadores especializados é que se pode recolher as informações necessárias para avaliar que tipo de operação de resgate é possível efectuar. Na manhã de domingo a corveta João Roby deslocou-se desde a base naval de Lisboa com equipamento para apoiar uma operação de mergulho, mas encontrou um obstáculo incontornável nas condições meteorológicas, nomeadamente o vento e o estado do mar, que dificultam a estabilidade do mergulho e a visibilidade debaixo de água. A situação tende a agravar-se até sexta-feira, com as ondas a poderem atingir sete metros de altura, pelo que as buscas poderão cingir-se aos elementos que se encontram em terra, na eventualidade dos cadáveres dos pescadores darem à costa, com a permanência da corveta António Enes na zona do naufrágio. Na segunda-feira, as ondas de cinco metros que se registavam impediram as equipas de mergulho de descerem até onde o barco está afundado. O salva-vidas Vigilante, do Instituto de Socorros a Náufragos, ainda realizou diversas passagens pelo local, durante a manhã, mas o vento forte e as ondas transformaram a deslocação numa “viagem radical”. Em terra, agentes da Polícia Marítima e da Protecção Civil pesquisaram junto à costa na eventualidade dos corpos dos pescadores aparecerem. Descrição do barco “Fábio e João” é uma embarcação com 9,65 metros de comprimento, construída em 1998, nos estaleiros navais Nautiber, de Vila Real de Santo António. Foi construída em fibra de vidro e tem cabine, com balsa salva-vidas em cima. Está munida de equipamentos que possibilitam a pesca polivalente – com redes ou com anzol. Está matriculada no porto de Lagos, mas o porto de armamento é o de Peniche. São dois os sócios-proprietários – Amândio Jorge Domingos Pinto (mestre) e Basílio José da Fonseca (tripulante). Era um barco com redes de emalhar, pescava robalo, safio, polvo e outras espécies. As vítimas O mestre é Amândio Jorge Domingos Pinto (43 anos). Os tripulantes são José Martinho Antunes (56 anos), Manuel Pedro Vieira Silvério (49 anos) e Basílio José da Fonseca (54 anos). Todos viviam em Ribamar, Lourinhã, excepto o último, que morava na sede do concelho. Humberto Jorge, presidente da Associação dos Armadores de Pesca Geral do Centro O que poderá ter causado este naufrágio? O mar estava agitado mas não era nada de anormal e outras embarcações não foram afectadas. A tripulação é constituída por pessoas experimentadíssimas e muito cuidadosas. Pode ter sido uma onda maior dimensão acompanhada de uma rajada de vento, num fenómeno meteorológico pontual localizado. O barco estava devidamente apetrechado ao nível da segurança? Era uma embarcação em bom estado de conservação e tinha sido feita em Janeiro a vistoria para obtenção do certificado de navegabilidade. Tem todos os equipamentos em dia. Porque é que só apareceram vestígios um dia depois? A última comunicação do mestre dizia que o barco estava a virar. Podem não ter tido tempo para lançar a balsa salva-vidas à água, que assim pode ter ido ao fundo juntamente com a embarcação, as redes e as bóias de sinalização. Francisco Gomes

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