Q

Previsão do tempo

14° C
  • Monday 16° C
  • Tuesday 15° C
  • Wednesday 15° C
14° C
  • Monday 16° C
  • Tuesday 15° C
  • Wednesday 16° C
15° C
  • Monday 17° C
  • Tuesday 15° C
  • Wednesday 16° C

A transição digital do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro

Marlene Sousa

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
O confinamento obrigou o ensino a reinventar-se. Professores e alunos tiveram que se adaptar rapidamente a novas tecnologias de maneira a garantir que o sistema de ensino não parava. “A pandemia não foi apenas de Covid. Foi também do digital, da necessidade incontornável de, de alguma forma, recorrer a ele e de o tornar possível”, disse, Ana Fonseca, coordenadora do Ensino à Distância (EaD) do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro (AERBP).
Ana Fonseca é assessora da direção, coordenadora do Ensino a Distância (EaD) e Coordenadora do PADDE do AERBP. Além de professora de Inglês (grupo 300) e representante de grupo Disciplinar de Línguas Estrangeiras, é também formadora de professores em TIC e Educação e no âmbito do Plano de Capacitação Digital de Docentes

Em desenvolvimento está a transição digital do AERBP que se integra no programa mais alargado doPlano de Ação para o Desenvolvimento Digital das Escolas (PADDE), uma iniciativa do atual Governo para todo o país. Em entrevista no JORNAL DAS CALDAS a docente que também é coordenadora do PADDE do AERBP explica o plano explicita “as áreas onde os meios tecnológicos e as práticas digitais não existem ou precisam ser melhorados e intervir sobre essas áreas”.

Segundo, Ana Fonseca a “reinvenção do ensino durante o confinamento correspondeu a uma apropriação e utilização do digital (plataformas de gestão de aprendizagens e ferramentas para comunicar e interagir com alunos e conteúdos) para dar aulas a distância (EaD) ou em regime misto (blended learning)”.

De março de 2020 até agora, “alunos e professores foram procurando, experimentado e usando com mais frequência as estratégias e as ferramentas digitais de que já dispunham no AERBP, e outras que foram sendo divulgadas e acrescentadas aos “materiais” e técnicas que se usavam antes da pandemia”. A par disso, disse, a docente que também é assessora da direção do agrupamento, “recebemos e distribuímos mais equipamentos a alunos e professores (portáteis e kits de acesso à rede para trabalho escolar)”.

A coordenadora do EaD distingue duas fases nas soluções encontradas, que correspondem, mais ou menos, aos dois momentos do impacto pandémico: “a fase de emergência, de março de 2020 até final desse ano letivo, em que o EaD se impôs por si próprio e em que divulgámos as orientações da tutela que iam saindo ao mesmo tempo que apelávamos ao que já havia para facilitar o EaD no AERBP (plataforma INOVAR+, GSuite do Agrupamento e respetivas apps, uso do email, por exemplo), sem obrigar os alunos e os professores a desmultiplicarem-se por mais ferramentas e se dispersarem ou a optar por soluções pouco seguras”.

Nesta primeira fase, a preocupação de todos terá “sido dar as aulas e manter o contacto com alunos e respetivos encarregados de educação, garantir que, confinados ou não, a escola não parava”.

Segundo a docente, “foi criada uma Equipa EaD, cujo email serviu para todas e quaisquer dúvidas e apoio prático aos professores, ainda na fase de ensino remoto de emergência”.

Além disso, o Centro de Formação ofereceu “formação em plataformas de gestão de aprendizagem (Google Classroom e Teams), que os docentes interessados frequentaram consoante as suas preferências”. “Foram dias de atividade voraz, onde o tempo não chegava para nada e tudo parecia ser pouco para chegar a todos”, contou.

Passado o primeiro embate, no ano letivo de 2020/2021 procuraram sensibilizar e “preparar melhor para o impacto da Covid-19 nas dinâmicas escolares”. “Houve orientações concretas do Ministério da Educação, guiões e ferramentas digitais propostas logo em setembro. Tudo isso foi divulgado no AERBP, bem como boas práticas de EaD. Paralelamente, assumiu-se o uso do Google Classroom, da Google Suite e do email institucional como instrumentos-chave para a gestão das aprendizagens e das comunicações entre professores e alunos”, explicou, a responsável.

No plano estritamente material identificaram carências, dificuldades de acesso a “equipamentos e rede móvel”. Comunicaram ao ministério e distribuíram os “respetivos kits de conectividade em função das carências e dos critérios da tutela”.

Resumindo, diz que este o ano letivo e meio correspondeu a um período de “choque e reação tecnológicos, em que o AERBP se abriu mais ao digital, criando condições para que as tecnologias existissem, estivessem mais acessíveis e funcionais, e, desse modo, permitissem o ensino e a aprendizagem”.

Ana Fonseca considera que a pandemia foi a faísca que acendeu o rastilho e acelerou a transição digital. “Sentimos o impacto da sucessão de explosões em março de 2020, mas também em cada final de período, em cada recomeço, sempre que a Internet falha numa localidade, sempre que há dúvidas sobre a melhor estratégia online ou a melhor ferramenta”.

De acordo com a docente, o modo como lidamos com a “pandemia do digital em contexto escolar revela os meios e a preparação que tínhamos e que temos para integrar e usar o digital (equipamentos, plataformas, aplicativos, estratégias de ensino) para trabalhar com e para os alunos”.

Questionada sobre o contributo podem as novas tecnologias trazer à educação, Ana Fonseca, respondeu que “a tecnologia por si só não faz nada!”. “São as pessoas bem capacitadas e sensibilizadas para a diferenciação pedagógica e novas formas de avaliar, sim, serão muito transformadoras! E poderão alterar muito o que se aprende para melhor, se tiverem boa literacia digital”, salientou.

Refere-se a professores e alunos “bem (in)formados, cientes dos prós e dos contras do digital, dos riscos do online e de como os contornar, aptos para integrarem computadores, portáteis, tablets, smartphones, plataformas e aplicativos nas suas práticas, e com acesso a equipamentos e à Internet”. Para a docente é preciso professores e alunos criativos, “despertos para usar o digital para estimular pesquisa, aplicar de conhecimentos, estimular a discussão e a partilha, resolver problemas concretos, baseados em dados concretos…”.

Segundo a professora, a transição digital do AERBP integra-se no plano mais alargado que é o Plano de Ação para a Transição Digital, uma iniciativa do atual Governo para todo o país. “Isto significa que há vários meses a esta parte se implementou um programa para a transformação digital das escolas, a nível nacional, que passou por um autodiagnóstico de competências digitais dos professores (formação de formadores para desenvolver competências digitais nos professores em função de um referencial europeu, o DigCompEdu. e ainda um inquérito a dirigentes escolares, professores e alunos, chamado SELFIE, sobre o uso do digital em termos organizacionais, tecnológicos e pedagógicos.

O AERBP passou por todas estas fases no ano letivo de 2020/2021 e, findo o tal inquérito à comunidade, o SELFIE, “analisámos os dados e disponibilizámo-los aos docentes e dirigentes para reflexão”.

Os dados SELFIE específicos do AERBP sobre como se organiza e o que oferece nos domínios tecnológico e pedagógicos, bem como a reflexão e as sugestões dos docentes estão, segundo informou a responsável na base no primeiro Plano de Ação para o Desenvolvimento Digital da Escola (PADDE), que será implementado no ano letivo de 2021/2022.

O objetivo deste Plano é “explicitar as áreas onde os meios tecnológicos e as práticas digitais não existem ou precisam ser melhorados e intervir sobre essas áreas, envolvendo dirigentes, professores, alunos, sem esquecer a tutela e o Centro de Formação, entre outros parceiros”.

O PADDE do AERBP identifica também áreas fortes “e fracas em diferentes níveis de ensino (do pré-escolar ao ensino secundário profissional) e competências digitais que será bom desenvolver em professores e alunos, por exemplo”.

Assim, o foco do PADDE é o AERBP como um todo e “toca” vários intervenientes, não apenas os alunos. Mas, em última análise, o projeto envolveu todos os alunos com mais de 9 anos (no diagnóstico SELFIE) e destina-se a todos os alunos do AERBP, no sentido em que, melhorando o que é proposto no cronograma do PADDE,acabará por impactar as condições e a qualidade do ensino que lhes é oferecido”.

Até que a tecnologia substitua os professores, Ana Fonseca diz que é preciso que “esteja acessível a todos em toda a parte, na escola e fora da escola”. “E é preciso que a Inteligência Artificial e a aprendizagem da máquina pela máquina também se sofistique e generalize para que possa chegar a todos e erradique esse ser alvo de tantos ódios e paixões que é o professor”, referiu.

Como disse, a tecnologia sozinha “nada faz e de nada vale”. “A diferença está nas mãos, na mente e na visão de quem a usar. A tecnologia é potencial. É semente. Não é árvore. Nem floresta. E mesmo a árvore e floresta precisam de quem as cuide”.

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Artigos Relacionados

Inaugurado memorial em homenagem aos presos políticos bombarralenses

No 50.º aniversário do 25 de abril, o Município do Bombarral homenageou os presos políticos bombarralenses com a inauguração de um memorial. Instalado no Largo 25 de abril, no centro da vila, conta com o nome de todos os bombarralenses que, durante a ditadura, foram privados da liberdade. O memorial pretende perpetuar no tempo a memória e coragem destes 28 bombarralenses.

memorial

Imagem do 16 de março em parede faz parte de 14 “Murais de Liberdade” pelo país

O mural pintado numa parede na Rua António Sérgio, na cidade das Caldas da Rainha, numa homenagem à Revolta de 16 de Março, que antecedeu a Revolução dos Cravos, faz parte de um conjunto de 14 "Murais de Liberdade", inseridos nas celebrações do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974, que serão criados durante este ano em diferentes localidades do país, representando todas as regiões do continente e ilhas.

mural 1