O mural pintado numa parede na Rua António Sérgio, na cidade das Caldas da Rainha, numa homenagem à Revolta de 16 de Março, que antecedeu a Revolução dos Cravos, faz parte de um conjunto de 14 “Murais de Liberdade”, inseridos nas celebrações do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974, que serão criados durante este ano em diferentes localidades do país, representando todas as regiões do continente e ilhas.
Os murais, da autoria da dupla do projeto Ruído (Draw – Frederico Soares Campos e Alma – Rodrigo Guinea Gonçalves), representam “temas marcantes relacionados com a Revolução dos Cravos e a sua herança histórica e desta forma cria-se um roteiro artístico nacional, capaz de unir Portugal em torno de valores democráticos e de liberdade”, refere o Turismo de Portugal, que apoia a iniciativa e que na região centro conta com dois dos murais: nas Caldas da Rainha e em Coimbra.
O primeiro mural foi inaugurado no dia 24 de abril, em São João da Madeira, com a presença do Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, do secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, e do presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade.
Luís Montenegro referiu que “a cultura e o 25 de Abril estão intimamente ligados“, enquanto que Carlos Abade sublinhou que, além de comemorar Abril, este projeto “celebra ainda o turismo”. Na cerimónia foi exibido o mural pintado nas Caldas da Rainha, cuja imagem mostra a ordem de prisão aos militares que estavam contra a repressão do Estado Novo e que protagonizaram a revolta fracassada a 16 de Março de 1974.
Na parede em frente à rotunda existente na Rua António Sérgio (próximo do Hotel Cristal) é reproduzida a foto icónica em que aparece o brigadeiro Pedro Serrano, 2º comandante da Região Militar de Tomar, que intima os revoltosos a renderem-se.
O Levantamento das Caldas, também referido como Intentona das Caldas, Revolta das Caldas ou Golpe das Caldas, foi uma tentativa de golpe de estado frustrada, perante a insatisfação, entre as Forças Armadas Portuguesas, com a Guerra do Ultramar, a falta de liberdade política e o atraso económico vivido pelo país. Mas seria precursor da Revolução de 25 de Abril.
Apesar de não ter sido ainda anunciado oficialmente, tem sido apontado pela autarquia que o mural poderá vir a ser inaugurado a 15 de maio, Dia da Cidade.
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