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Crónicas noturnas

A lei do menor esforço

Jorge Ferreira

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Breve intróito à lei do menor esforço. Este título, que o meu pai me deixou, ao ser "googlado" por acaso, deu como resultado: Um "site" dizia que tal lei se poderia aplicar a Pedro Álvares Cabral, a quem não teria "apetecido" escrever de imediato a "el-rei" D.Manuel I, anunciando a, tão aguardada, Descoberta do Brasil; Outro "site", de que também não questiono a qualidade do conteúdo, relacionava tal "princípio" com altas elocubrações filosóficas e complicadíssimos algoritmos que chegavam a Einstein e à Teoria da Relatividade...modernices...
Jorge Ferreira

Lei formulada pelo meu pai, para classificar a minha atitude perante a vida. Sempre fiz quase tudo na última hora, com o menor esforço possível. “Contigo é sempre a lei do menor esforço”, dizia, sempre que tentava motivar-me para os voos que para mim projetava.

Quando recordo a sua vida, nas Caldas da Rainha, no tempo pequenino de Salazar e Caetano, vejo o poeta autodidata que foi, o solista do “Orfeon” Caldense, as muitas récitas, as operetas em que entrou…ouço a sua voz de tenor que nos enchia a casa.

Hoje li num jornal regionalista que está à venda a estação dos caminhos de ferro onde pensava situar a primeira cena do filme que tenho na cabeça há algum tempo, mas que nunca verá terminado o seu guião.

Também já tentei escrever as minhas memórias sem sucesso.

Um romance histórico inspirado por um quadro que já não tenho, uma escola chinesa do século XIX, óleo sobre tela representando o “África”, navio de transporte da Marinha Portuguesa…também não passou de meia dúzia de páginas.

Que fazer? Retomar o guião do filme da minha vida – seria sobre a vida de outro, meu amigo com uma vida bem mais cheia do que a minha – porque na estação da cena inicial os comboios deixaram de parar?

Ganhar coragem para voltar ao Arquivo Central da Armada Portuguesa e mergulhar na história do “África”, vapor da carreira do Oriente, para envolver o Conde de Óbidos, tenente da sua guarnição, numa paixão exótica, mas difícil, com a mais bela das sete mulheres do Gungunhana?

O “África” foi um navio que carregou, dos porões aos camarotes, muitos factos da nossa história, gente das nossas gestas que vamos apenas sugerir a quem nos ler.

Construído em estaleiros ingleses em 1895, este navio de transporte da nossa Marinha de Guerra trouxe o Gungunhana, e as suas sete mulheres, preso para Lisboa.

Foi ao Havre buscar o corpo do grande escritor Eça de Queiroz que falecera em Paris.

Nele vieram “dous chins”, assim se designavam na altura os dois “técnicos” chineses que importámos para instalar a primeira cultura de chá na Europa, nos Açores.

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