Com base na metodologia Forest School (escola da floresta), segundo explicou o presidente da Associação Biogleba, Tiago Fidalgo, este é um ensino não formal ao ar livre, onde as crianças podem ter contacto com o exterior e as aprendizagens são feitas num contexto de floresta ou de jardim, sendo realizadas através de experiências práticas, orientadas pelos coordenadores.
A associação conta que “há muito que sentimos que nem todas as famílias têm a oportunidade de proporcionar esta experiência ao ar livre ao mais pequenos, onde possam assumir riscos, conhecer o meio envolvente e ainda ter liberdade para se expressar”. Além disso “as crianças que estão na creche não têm estes recursos naturais, estando por vezes confinadas a uma sala”. Face a isso “sentimos que era uma necessidade, pois está comprovado que cada vez mais as crianças precisam da natureza para se desenvolverem”.
O projeto, que é “100% outdoor” arrancou em setembro do ano passado, e “antes da pandemia já tínhamos pensado que fazia todo sentido”. “Se antes da pandemia as crianças já tinham pouco contacto, depois da pandemia ainda pior, com o encerramento dos parques infantis, e por isso decidimos que seria o momento ideal”, explicou o responsável pelo projeto, que conta com a parceria da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório, que cedeu um espaço na Mata para as suas ações.
Neste momento, as atividades decorrem de segunda-feira a sexta-feira, entre as 09h e as 13h, cabendo às crianças e aos pais a decisão de escolher os dias. “No total temos 12 crianças, que entre elas vão escolhendo os dias”, sublinhou Tiago Fidalgo, adiantando que o grupo atualmente só tem capacidade para receber por dia 10 crianças.
Depois de cantarem a música das boas vindas junto ao abrigo construído com ajuda do Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor, as crianças a natureza para desenvolverem “brincadeiras sem fim, construções inesperadas e amizades sentidas”. Também são feitos recortes, colagens, pinturas ou modelagem.
Para o responsável, “este tipo de atividades contribui para a construção e ampliação das competências artísticas durante a infância, e ainda para o desenvolvimento da coordenação motora, perceção visual e imaginação”. Contudo, “o mais importante é que possam brincar e explorar livremente”.
Orientados sempre por dois coordenadores, as crianças começam por realizar uma atividade dirigida de trabalho de motricidade fina e das competências psicomotoras, e posteriormente, decidem o que querem fazer. “Valorizamos mais a questão do respeito, da criatividade, da autonomia, da expressão e socialização das crianças, sendo algo que peca nas instituições”, frisou Tiago Fidalgo.
Apesar de ter estado parado devido à pandemia, “o Hello Nature voltou em abril com mais adesão e mais parcerias, que têm contribuído para o seu sucesso”.
As atividades, que podem ser inscritas através do e-mail info@biogleba.pt ou pelas redes sociais, são neste momento suportadas pelos pais das crianças, pois “um projeto tão embrionário como este não tinha outra forma de ser realizado sem o apoio deles”. No futuro, o objetivo é tentar que o projeto seja social, através da criação de uma bolsa para receber crianças com menos oportunidades, e ainda alargar a ação ao fim de semana, para que haja atividades dirigidas às famílias.
Além deste projeto, a associação Biogleba procura promover em parceria com outras instituições e escolas atividades de desenvolvimento comunitário, desportivo e ambiental, tendo atualmente vários projetos na gaveta, como é o caso de um intercâmbio europeu ao abrigo do programa Eramus +.
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