Realce a medalha de bronze conquistada pela jovem Beatriz, de apenas 15 anos, na prova de singulares femininos da classe SL5, o que marca esta como a terceira competição internacional consecutiva em que conquista um lugar no pódio, no seguimento do bronze no Brasil e da prata no Peru, em fevereiro de 2020. Beatriz Monteiro fez uma fase de grupos exemplar e viria a ser derrotada na meia final pela indiana Palak Kohli.
Diogo Daniel teve também uma prestação meritória. Integrado na mais competitiva e numerosa das classes, SL4, o atleta esteve perto de alcançar a passagem às rondas eliminatórias depois de alcançar uma vitória, ter conquistado um set ao sexto cabeça de série da prova e ter sido derrotado em dois parciais muito equilibrados no jogo que poderia ter ditado o acesso à fase seguinte.
Os dois atletas revelaram-se satisfeitos com a sua prestação, mas cientes que são capazes de fazer ainda melhor.
A atenção vira-se desde já para o Spanish Para badminton International, a realizar-se em maio.
Esta será a última prova que contabiliza para a qualificação paralímpica. Os últimos pontos disponíveis irão gerar uma luta intensa pelos últimos lugares em aberto para Tóquio 2021.
A dupla portuguesa irá trabalhar com o maior dos afincos para se apresentar na melhor das formas nesta competição. A eles juntar-se-ão Inói Ferreira, Bruno Faria, Ricardo Soares e Joana Canudo que irão fazer a sua estreia em representação da seleção nacional de Para badminton.
Descobriu a modalidade aos nove anos
Beatriz Monteiro começou a praticar badminton quando tinha apenas nove anos, no seu 5.º ano de escolaridade. “Não tive qualquer influência para começar a praticar este desporto, simplesmente tive curiosidade e decidi experimentar pois era algo diferente do que eu estava habituada”, conta a aluna-atleta da UAARE do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, do 10º CT2.
“Iniciei-me no desporto escolar e comecei-me a apaixonar pela modalidade. Inscrevi-me num clube chamado ESMA, onde comecei a treinar com mais frequência, mas sentia que a minha evolução não estava a ser muito notável. Entretanto, decidi mudar de clube e fui para o NST (Núcleo Sportinguista de Tires), onde tive uma grande progressão e um grande apoio por parte dos meus colegas de treino e treinadores. Agora represento a Académica de Coimbra (AAC)”, relata.
Começou a entrar em torneios nacionais e a ficar com cada vez mais vontade de treinar e em 2018 recebeu a notícia que ia ter oportunidade de representar Portugal internacionalmente. A primeira vez que representou o país foi em Dublin, na Irlanda, onde foi classificada na categoria SU5 e teve a oportunidade de poder jogar. A partir daí, participou em mais torneios internacionais na Europa e na América do Sul. Representou Portugal no Europeu e conquistou uma medalha de bronze em 2018. Em 2020 participou num torneio na América do Sul, nomeadamente no Brasil e no Peru, onde conquistou dois pódios, uma medalha de bronze e outra de prata.
“Decidi ingressar no projeto UAARE para conseguir conciliar os meus estudos com os treinos, em 2021, no início do 2.º período. Tem sido um grande apoio, pois estou no Curso de Ciências e Tecnologias e preciso de tempo para poder estudar e treinar. Estou muito grata a todos os professores por me estarem a ajudar com esta mudança”, manifesta.
“Gostaria muito de me qualificar para os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2021. Seria um verdadeiro sonho para mim. Resta-me apenas um torneio para terminar a qualificação. Se este meu ideal não se concretizar, irei focar-me no torneio Paris 2024”, afirma a atleta.
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