Segundo a AIRO, perante a situação pandémica grande parte das empresas desenvolve atividade normalmente com aplicação do plano de contingência (30%), seguindo-se o lay-off total (10%) e regime misto (9%). “O cenário piorou bastante, devido ao prolongamento da pandemia e também ao novo confinamento geral que vivenciamos, face ao último inquérito realizado no qual as empresas em funcionamento apenas com o plano de contingência correspondiam a 64% dos inquiridos, sendo que neste momento essa percentagem desceu para cerca de metade, para 30%”, revela a AIRO.
Em setembro passado apenas 1% das empresas estava em lay-off total, sendo que esse valor aumentou para 10% no atual questionário.
Por um lado, 50% das empresas que neste momento se encontram com atividade suspensa ou em lay-off pretendem retomar atividade até ao verão. Por outro lado, os empresários quando questionados se futuramente seria necessário recorrer a lay-off, 52% afirmam esta necessidade.
“Assistimos a um aumento do número de empresas a necessitar recorrer a lay-off que passou de 16% em setembro para 52% atualmente. Esta situação evidencia o aumento das consequências negativas da atual crise que vivemos”, indica a AIRO.
Ao longo do último trimestre de 2020 a maioria das empresas teve atividade aberta de forma regular, sendo que as empresas que se viram obrigadas a suspender atividade fizeram-no de forma mais incidente nos meses de novembro e dezembro.
Maioria das empresas pretende manter colaboradores
Durante o período de análise, a maioria das empresas (69%) afirma ter mantido constante o número de trabalhadores, o que vai de encontro à tendência dos resultados do último inquérito, sendo este um indicador positivo.
A maioria das empresas (82%) afirma a sua intenção de manter o número de colaboradores durante o primeiro trimestre do presente ano, o que mais uma vez se revela um indicador bastante positivo, considera a AIRO.
5% dos empresários pretendem aumentar os colaboradores da sua atividade, enquanto 8% afirma ter intenções de reduzir o seu número de colaboradores e 5% já reduziram.
“Face à crise pandémica provocada pela Covid-19 e ao primeiro confinamento geral de 2020 é notório o cenário negativo pelo qual a maioria das empresas tem passado. No período de outubro a inícios de janeiro, a grande maioria das empresas registou grandes decréscimos da sua atividade e respetivo volume de negócio. Mais de metade dos empresários, nomeadamente 59%, não conseguiu ainda recuperar o seu volume de negócios, o que evidencia o quanto as empresas têm sido e continuam a ser afetadas. Os restantes 41% dos empresários conseguiram recuperar volume de vendas, mas ainda em valores baixos”, descreve a AIRO.
Na situação que vivemos com o novo confinamento geral (janeiro 2021), grande parte das empresas estima que irá perder uma parte significativa de volume de negócios. 36% dos inquiridos estima que irá perder volume de negócios na ordem dos 80% a 100%, podendo essas empresas ficar em risco de sustentabilidade e viabilidade. 14% dos inquiridos estimam uma perda entre os 60% a 80%.
Face ao cenário atual, grande parte dos inquiridos aponta para que a sua atividade empresarial volte à normalidade num período dentro de 12 a 24 meses com cerca de 48% das empresas a partilhar desta opinião, mantendo-se a tendência face ao último inquérito, no qual 50% das empresas indicava este período de recuperação.
Na sua grande maioria, 95% das empresas questionadas percecionam a pandemia enquanto risco elevado para a economia nacional. Apenas 3% da amostra aponta o risco como moderado e 2% como risco baixo.
Janeiro foi o mês mais fraco em vendas
Desde setembro (último trimestre de 2020) até ao presente, o mês com pico de vendas mais baixo revela-se ser o mês de janeiro (2021), sendo o mês mais vezes apontado, isto por cerca de 40% dos inquiridos. A base desta tendência está diretamente ligada ao facto de ser o mês em que entrou em vigor o novo confinamento geral, condicionando bastante a atividade empresarial.
A maioria das empresas afirma estar pouco confiante em relação às medidas de apoio do Governo, representando 58% dos inquiridos. Apenas 23% das empresas responderam estar confiantes enquanto que 19% afirmam não estar nada confiantes.
As medidas de apoio mais requisitadas ao longo do último trimestre de 2020 foram: Apoair.pt; Apoios da segurança social; Moratórias de crédito; e Apoio à retoma progressiva. 33% dos empresários consideram o processo de acesso às medidas um processo de acesso fácil enquanto que 31% dos inquiridos considera este um processo de acesso difícil.
82% dos empresários que no passado não recorreram a qualquer tipo de medida de apoio afirmam pretender concorrer a medidas de apoio.
Neste momento a opinião dos empresários encontra-se dividida quanto ao receio de uma possível interrupção no fornecimento de matérias-primas necessárias às suas atividades realçando 25% dos empresários ter receio e 21% ter pouco receio.
Quanto à interrupção de matérias-primas, a maioria das empresas não registou interrupção no fornecimento das mesmas. Apenas 22% registaram uma interrupção nos seus fornecimentos de matérias-primas essenciais às suas atividades e que condiciona o desempenho destas empresas.
Para a maior parte das empresas inquiridas, as datas comemorativas durante o período em análise não foram uma oportunidade de aumento do volume de negócio, sendo que apenas 17% registaram um aumento de faturação da empresa. Face ao inquérito de setembro, 31% das empresas perspetivavam
aumentar a sua faturação nestas datas especiais, contudo, o número de empresas nas quais tal se verificou caiu para cerca de metade.
Perante a necessidade de desenvolver soluções alternativas e estratégicas por parte das empresas com intuito de, nos últimos meses, assegurar a viabilidade do negócio, as três alternativas estratégicas mais vezes apontadas pelos inquiridos incidiram sobre: redes sociais; seguidamente, negócio digital (e-commerce); e novos produtos/serviço adaptado.
53% das empresas inquiridas sem liquidez sustentável
53% das empresas inquiridas afirmaram que a sua atual liquidez não permite a empresa manter-se sustentável nos próximos meses. Comparativamente às respostas obtidas em setembro, existe um aumento de respostas de empresas que afirmam não possuírem liquidez sustentável face ao futuro incerto.
Apenas 34% dos inquiridos consideram que os apoios atuais serão suficientes perante o caso da situação pandémica se prolongar ou piorar.
Em alternativas caso o volume de faturação não seja sustentável, as empresas consideram algumas alternativas, tais como, procurar novos canais de vendas, reduzir custos internos e reduzir número de colaboradores.
No que respeita o negócio online, a maioria das empresas, 74% dos inquiridos, afirma que não registou um crescimento online da sua atividade, enquanto que 26% relata que a sua atividade cresceu nos canais digitais, o que poderá ter sido uma oportunidade/solução face ao combate à pandemia.
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