Esta associação de proteção animal sem apoios financeiros atua no concelho de Caldas da Rainha desde 2005, tendo sido formalmente constituída apenas em julho de 2011. Trata-se assim de um grupo de voluntários que começou por dar apoio no canil municipal, até ao momento em que decidiu avançar com um “projeto autónomo”, no que diz respeito à proteção dos animais abandonados.
Para Graça Rito, vice-presidente da Rede Leonardo, “estas novas instalações significam uma conquista para a associação, que nasceu no canil municipal e que cresceu, apesar de algumas dificuldades”. Além disso, “conseguimos dar condições mais dignas aos animais”.
O espaço, que foi cedido pela Câmara Municipal à Rede Leonardo, sofreu “algumas obras”, quer no interior, quer no exterior do edifício, tendo sido “tudo à nossa conta”. Além de se terem construído oito canis no exterior, o abrigo conta com um gatil e um pátio para os “animais andarem à solta”.
O edifício também sofreu “algumas melhorias”, tendo sido trocados os vidros e caixilharias das janelas, bem como criadas divisões para se instalar a enfermaria e escritório. Contudo, sublinhou que “as obras ainda não estão concluídas”, sendo necessário trocar o pavimento do edifício, “que está velho”, bem como colocar a salamandra a funcionar, entre outros aspetos, como a manutenção das árvores do exterior e colocar um lancil à entrada do edifício.
Mas para isso, frisou que “é necessário ter mais voluntários”. Neste momento, a rede conta com uma equipa de dez voluntários, sendo eles que “asseguram todo o trabalho burocrático e o trabalho que surge no terreno”.
Igualmente destacou que a Rede Leonardo necessita frequentemente de apoio ao nível de cuidados veterinários, construção, limpeza, manutenção, jardinagem, apoio jurídico, contabilidade, divulgação, espaço para armazém e espaços comerciais para lojas solidárias.
A Rede Leonardo não usufrui de qualquer apoio governamental, sobrevive com a quotização dos sócios, bem como promove eventos e participa em feiras de velharias, no sentido de angariar dinheiro para a alimentação e tratamentos veterinários.
A associação procede ainda à esterilização de cadelas e gatas errantes/abandonadas nas ruas da cidade para evitar a proliferação alarmante de animais, através de algumas parcerias informais com veterinários locais, que “proporcionam esterilizações a preços mais acessíveis para os sócios da Rede Leonardo ou animais de rua”. Além disso apoia com ração inúmeras famílias carenciadas.
O contrato que foi estabelecido com a autarquia engloba que “não tenhamos muitos mais animais do aquilo que temos neste momento”. Atualmente, a Rede Leonardo tem a seu cargo vinte cães e quinze gatos.
A vice-presidente da associação aproveitou para esclarecer que “este compromisso assumido por nós perante a autarquia, entra muitas vezes em incompatibilidade com os desejos das pessoas, que querem que nós resgatemos um animal”. Além de “não queremos colocar os animais em risco”, também “não queremos ser um incómodo, nem prejudicar o lugar”, pois “até há bem pouco tempo houve umas vozes discordantes com a nossa estadia aqui”.
“Não queremos fazer disto um santuário de animais, mas sim um sítio onde estejam bem e cuidados”, sublinhou.
Apesar de “continuar haver muitos abandonos e pessoas irresponsáveis”, Graça Rito manifestou que existem “cada vez mais pessoas a passear os cães e isso significa que começam a entender que os animais são uma terapia e não uma obrigação”.
Além da inauguração do espaço, o dia ficou marcado pela celebração do 7º aniversário da Rede Leonardo, bem como pela homenagem de alguns elementos da rede, como o casal David e Laurie Adamson, “pelo seu empenho e colaboração na construção do abrigo”.
Já a presidente da Rede Leonardo, Ana Paula, afirmou que “seria muito bom que estas associações não tivessem necessidade de existir, era sinal que não haviam animais abandonados, e infelizmente isso não é o caso”. Aliás, existem “cada vez mais e, por isso, necessitamos da ajuda de todos”.
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