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Cineteatro Pinheiro Chagas

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Rui calisto

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Em 1897, durante a vigência do 48º Governo da Monarquia Constitucional (primitiva etapa do 10º Governo do Rotativismo e do 23º desde a Regeneração) Caldas da Rainha começou a ver nascer um edifício que encheu de orgulho a todos os caldenses: O Teatro Pinheiro Chagas, com planta elaborada por Celestino Rosa (1849-1899) no ano de 1892.

Era um ano de excelsos adventos mundiais, entre eles, a da primeira transmissão de rádio, pelas mãos do italiano Guglielmo Marconi (1874-1937), Edmond Rostand (1868-1918) escreve a magnífica peça “Cyrano de Bergerac”, Herbert George Wells (1866-1946) redige “O Homem Invisível”, Abraham (Bram) Stoker (1847-1912) “dá vida” a “Drácula” e é fundada a Academia Brasileira de Letras, sendo Machado de Assis (1839-1908) eleito o seu primeiro presidente.

Caldas da Rainha, graças às Termas, assistia a um desenvolvimento turístico acentuado, sendo procurada por Reis, Rainhas e pessoas oriundas dos mais distantes quadrantes territoriais. A sua fama corria mundo e diversos foram os epítetos que a ilustraram, entre eles o de Ramalho Ortigão (1836-1915): “…a mais concorrida terra de águas da província da Estremadura”, sendo, portanto, natural, que o progresso tomasse conta da região e, com toda a naturalidade, um grande polo cultural surgisse.

Em 1900, a Sociedade Dramática Caldense, proprietária do Teatro Pinheiro Chagas, encontrava-se com algumas dificuldades financeiras, correndo, inclusive, o risco de ter que interromper as obras daquela casa de espetáculos se não conseguisse mais verbas. Surgiu, então, a ideia (já que o palco, os bastidores e os camarins estavam concluídos) de organizar um espetáculo para angariação de fundos. O que veio a ocorrer em setembro desse ano. Ao sucesso da empreitada, juntou-se um apoio monetário significativo por parte do 2º Visconde de Sacavém (José Joaquim Pinto da Silva Sacavém – 1863-1928), de outros mecenas e da Câmara Municipal, o que permitiu levar as obras a bom termo.

Entra o ano de 1901 e inicia-se o Século XX. Sully Prudhomme (1839-1907) inaugura o Prémio Nobel de Literatura. Enquanto isso, Caldas da Rainha veste-se a rigor, com a sua população a desfilar sob os lampiões das ruas centrais: O “Pinheiro Chagas” é oficialmente inaugurado com toda a sumptuosidade. Estava, então, esta Vila, dotada de um dos melhores teatros de Portugal, com uma tripla arcada a meio da fachada de três corpos e ostentando, orgulhosamente, em seu interior, um pano de boca executado por Mestre Francisco Elias (1869-1937) e Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905).

No final dos anos 30 (do século XX), após grande remodelação na sua estrutura, aquele recinto passa a fazer projeções cinematográficas (sem descurar o teatro, a dança e a música, artes que muito dignificavam a região) alterando, inclusive, o seu nome, para Cineteatro Pinheiro Chagas.

Depois de décadas de excecional atividade, uma nuvem muito negra pairou sobre aquele monumento da cultura caldense. Obscuros interesses decretaram a sua morte, com a sua definitiva demolição no ano de 1992.

Muito há a dizer acerca desse ato selvagem (criminoso?) e intempestivo, porém, estas linhas são parcas para tal. Por agora, resta-nos recuperar e salvaguardar a sua história, tão rica quanto deslumbrante!

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