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Bordado das Caldas em exposição no Museu José Malhoa

Mariana Martinho

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O historiador Mário Tavares e Idalina Lameiras, autores do pequeno livro “Bordado das Caldas ou Bordado da Rainha Dona Leonor”, foram os convidados para inaugurar a exposição ”O Bordado das Caldas da Rainha vai ao Museu”, no passado dia 13, no Museu José Malhoa.
Mário Tavares e Idalina Lameiras, autores do pequeno livro “Bordado das Caldas ou Bordado da Rainha D. Leonor”

Embaixadores das Caldas e do seu bordado, foram os principais oradores no encontro cultural transnacional que decorreu há três anos no Mercado Internacional de Rendas e Bordados, em Panicale, Itália, dedicado à história e à comparação/semelhanças entre o ponto italiano (Ponto Umbro de Sorbello ou Português da Marquesa Romeyne Ranieri de Sorbello) e o Bordado das Caldas.

Ao som do piano com Maria Rodrigues, o historiador falou sobre a origem e história do bordado das Caldas, sublinhando a importância da pesquisa e da troca de conhecimentos. ”O livro chegou a vários sítios como Itália, onde uma investigadora e expert italiana em artes decorativas, Geneviève Porpora, deslocou-se ao museu das Caldas com o objetivo de encontrar explicações para as semelhanças que reconheceu existirem entre o referido bordado daquela região da Itália e o bordado das Caldas”, relatou.

Mário Tavares recordou o folheto datado do início dos anos vinte do século passado, da escola de Pischiello, fundada em Passigmano, no Trasimeno, em 1904, pela Marquesa Romeyne Ranieri de Sorbello, onde o Ponto Umbro aparece também denominado como “português”. Segundo o mesmo, os resultados dessa pesquisa foram publicados num livro, que foi apresentado durante o certame em Panicale. Esta publicação, cuja introdução foi escrita por Mário Tavares, traz imagens das Caldas da Rainha e dos seus bordados e explica de que forma o ponto italiano se cruza com o nosso bordado e com a sua própria história. ?O professor caldense também sugeriu que “entre a região italiana e as Caldas, no século XIX, possivelmente poderão ter havido contactos justificativos da difusão de gostos e saberes que correlacionaram ambos os bordados”.

Revelou ainda que a antropóloga italiana colocou a hipótese da “Marquesa de Sorbello de ter frequentado as termas caldenses e tomado conhecimento do bordado local, importando a sua influência para Itália. Daí a denominação de punto portughese”. Igualmente partilhou algumas palavras sobre o seu renascimento, na Escola Rafael Bordalo Pinheiro, sendo uma “bela manifestação cultural e popular que se tem mantido e passado de geração em geração, graças à realização de cursos profissionalizantes”. Focou ainda as caraterísticas “pobres dos elementos de confeção”, dos estilos e técnicas.

De acordo com Idalina Lameiras, especialista em bordados e rendas, a composição de vários elementos que revestem a Igreja da Nossa Senhora do Pópulo são “uma fonte de inspiração”. Embora “pouco divulgado, entre Portugal e ilhas, contam-se 29 bordados regionais”.

“O bordado das Caldas é feito de linho, não técnico, com cores douradas e terminação em franja de diversas texturas, executadas em tear manual, rendas de bilros e bainhas dos próprios trabalhos”, adiantou a especialista, salientando os cursos de formação feminina na escola, onde era aprendida a técnica.

“Temos andado sempre a movimentar para que a técnica não morra”, frisou Idalina Lameiras, destacando o incentivo dos bordados nas aulas das turmas de artes. Para terminar, sublinhou que “o nosso bordado, com cinco séculos de história, continua a ser dos regionais portugueses o mais sóbrio e filigranado, semelhante aos bordados indianos”.

Questionado sobre o Núcleo de Bordadeiras das Caldas da Rainha, com espaço na Expoeste, incorporado na Associação Industrial da Região Oeste (AIRO), o vereador Hugo Oliveira, disse que a constituição da associação encontra-se perto de estar concluída.

Esta exposição com exemplos do bordado sobre linho grosso, também conhecido por bordado “Rainha D. Leonor”, encontra-se aberta ao público até ao dia 3 de março, com entradas gratuitas.

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