Com arranque a 1 de junho de 2014 e duração de quatro anos e meio, o LIFE Berlengas pretende monitorizar a fauna e a flora do arquipélago das Berlengas, controlar espécies exóticas invasoras e implementar uma estratégia de gestão sustentável dos valores naturais do arquipélago.
Já com uma larga experiência em trabalhos de monitorização e conservação em colónias de aves marinhas, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) decidiu avançar com este projeto em conjunto com vários parceiros estratégicos – o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a Câmara Municipal de Peniche, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar como observador externo – contando com um investimento total orçamentado em cerca de 1,4 milhões de euros com o apoio do Programa LIFE+ da União Europeia.
De acordo com Joana Andrade, coordenadora do projeto, “havia a necessidade de intervir nas Berlengas, pois é uma reserva que não se encontra em bom estado ambiental, havendo várias ameaças à biodiversidade do arquipélago, entre as quais a presença e proliferação de espécies invasoras. Estas ameaças têm impacto na flora endémica e na fauna nativa e a perda de biodiversidade tem de ser travada o quanto antes”.
Atualmente uma das prioridades tem sido a remoção do chorão na ilha da Berlenga, tarefa que irá se prolongar ao longo dos próximos anos. Esta ação irá contribuir para que a flora nativa da ilha possa recuperar gradualmente. Neste âmbito, a equipa do projeto aproveitou a ação de remoção do chorão e escreveu numa das encostas da ilha “LIFE+ Berlengas”, com o intuito de suscitar a curiosidade acerca do projeto a todos aqueles que a visitam.
Paralelamente estão a decorrer várias ações de monitorização de fauna e flora, que pretendem proceder ao controlo de outras espécies invasoras, como os ratos e os coelhos. Estas medidas levarão por sua vez a uma melhoria das condições naturais do habitat para as espécies nativas. Joana Andrade diz ainda que “o objetivo é também restaurar o equilíbrio ecológico, além da implementação de um plano de gestão eficaz que compatibilize as diferentes atividades que se desenvolvem no seio daquela reserva natural”.
O projeto prevê assim, a promoção de boas práticas nos setores do turismo e da pesca e a instalação de um centro de receção de visitantes na ilha da Berlenga.
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