A Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha acolheu no dia 13 de abril o programa das Comemorações dos 20 anos das Ações Públicas da Comunidade de Leitores e Cinéfilos das Caldas da Rainha, do Dia Mundial da Poesia e dos 50 anos da Democracia.
No início, a Comunidade informou ser esta a sua sessão cultural número 541. Fez uma referência às atividades desenvolvidas nos últimos 20 anos e abordou as ações de mecenato que tem desenvolvido no concelho, apelando a todos os presentes para apoiar, pelo menos, como sócios, as instituições culturais Sociedade Instrução Musical de A-dos-Francos, o Grupo de Dança Super Flash e o Teatro da Pessoa.
Seguiu-se a exibição do Super Flash, dirigido pela coreógrafa Sónia Luís, com dois musicais da Broadway, Chicago e Cats. Pelo meio foi apresentado o primeiro bloco de clássicos de poetas e músicas do Brasil, com poemas de Edu Lobo e Gilberto Gil por Elis Regina, Upa Neguinho! e Roda, de Vinícius de Moraes, Tarde de Itapuan, por Toquinho e Gilberto Gil, e uma referência especial a Chico Buarque, em O Que Será, Que Será.
Durante a tarde foram projetados mais clássicos, de poetas e músicos portugueses, de Sophia de Mello Breyner, Porque, por Francisco Fanhais; de António Gedeão, as canções Lágrima de Preta e Fala do Homem Nascido, respetivamente, por Duarte Mendes e Samuel, com música de José Niza; de Sérgio Godinho, do Concerto no Coliseu, em 2004, as canções, O Charlatão, O Barnabé, Com um Brilhozinho nos Olhos e Bem Vindo Senhor Presidente, por Sérgio Godinho e Vitorino; de José Afonso, do Álbum Cantigas de Maio, Senhor Arcanjo de 1971, do último Concerto de José Afonso, no Coliseu, em 1983, Os Vampiros, A Morte saiu à Rua e Venham mais Cinco, por José Afonso e ainda A Moda do Entrudo, pelo conjunto caldense Sons do Bairro, na RTP em 2007, e de Luís de Camões, Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades, por Fausto, Sérgio Godinho e José Mário Branco.
Quase todos estes clássicos foram canções de protesto contra as ditaduras no Brasil e em Portugal. Os poetas e os músicos foram homenageados pela coragem de utilizarem a cantiga como uma arma pacífica a favor das liberdades e contra as ditaduras.
Palmira Gaspar, que não pode estar presente, enviou uma mensagem que foi lida, na qual referia que “este programa só é possível porque vivemos em democracia. Em ditadura se esta sessão cultural se realizasse, os organizadores poderiam ser presos”.
Na poesia ao vivo participaram José Nuno Valadas e Victor Duarte, com os seus poemas, Carlos Gaspar e a maestrina Joana Sá, no Clássico de Vinícius de Moraes, Dia da Criação.
Foi reproduzida em cd a primeira senha da revolução na rádio: Paulo de Carvalho, “E Depois do Adeus”.
A Orquestra Juvenil de A-dos Francos, dirigida pela maestrina Joana Sá, começou com três peças de música de concerto e a banda sonora do filme Harry Potter and the Goblet of Firet.
Após ter terminado este tema, Carlos Gaspar reproduziu a segunda senha da Revolução: Zeca Afonso, “Grândola Vila Morena”. A Orquestra Juvenil e a assistência acompanharam, e a festa terminou com bolo de aniversário dos 20 anos da Comunidade e 50 anos de Democracia.
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