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O Reino Unido não é uma ilha

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Com a british exit (brexit, saída britânica), o Reino Unido (RU) resolveu alguns problemas políticos internos, mas manteve outros externos; ganhou alguma liberdade de acção em questões geoestratégicas onde sempre houve divergências com a União Europeia (UE), por exemplo, o apoio aos EUA nos conflitos do Iraque, Afeganistão e Líbia; mas haverá sempre problemas conjuntos que nem a UE nem o RU podem resolver sozinhos — Irlanda do Norte, questões climáticas, migrações, comércio externo, colaboração científica — diz Pedro Ramos Pinto, especialista em desigualdades, professor de História da Universidade de Cambridge, numa entrevista recente pela correspondente da Antena 1 em Londres Rosário Salgueiro.

Com a british exit (brexit, saída britânica), o Reino Unido (RU) resolveu alguns problemas políticos internos, mas manteve outros externos; ganhou alguma liberdade de acção em questões geoestratégicas onde sempre houve divergências com a União Europeia (UE), por exemplo, o apoio aos EUA nos conflitos do Iraque, Afeganistão e Líbia; mas haverá sempre problemas conjuntos que nem a UE nem o RU podem resolver sozinhos — Irlanda do Norte, questões climáticas, migrações, comércio externo, colaboração científica — diz Pedro Ramos Pinto, especialista em desigualdades, professor de História da Universidade de Cambridge, numa entrevista recente pela correspondente da Antena 1 em Londres Rosário Salgueiro.

Um ano após a saída do RU da UE há perdas para os dois lados que não são ainda todas óbvias. Algumas têm tido menos impacto do que se previa, embora a pandemia impeça uma análise objectiva. É o caso da grande quebra nas importações e exportações entre o RU e a UE, que já recuperaram para níveis de antes da brexit. Contudo, muitos controlos sanitários e de fronteira só irão tornar-se efectivos a partir deste ano. Outras áreas têm sido problemáticas para o RU. Se ganhou o controlo, digamos teórico, das suas fronteiras e da imigração, por outro lado, perdeu o acesso fácil à mão-de-obra da UE. Tendo em conta os dados oficiais, calculados por baixo, cerca de 100.000 imigrantes saíram do RU durante o ano de 2020, gerando problemas de falta de mão-de-obra. Por outro lado, há agora dificuldade em conseguir vistos para estudar ou para trabalhar no RU e a libra tem vindo a cair em relação ao euro, o que torna menos atractivos os salários britânicos. E se a ideia da brexit era reduzir o saldo migratório, tem havido compensação de imigrantes dos países extracomunitários.

Sendo vizinhos, RU e UE continuarão a fazer trocas comerciais e a colaborar na política internacional. E tudo isso terá sempre de ser negociado alínea a alínea. Tal como acontece dentro da UE, que é uma constante renegociação e discussão de políticas que se pretendem comuns.

Países extracomunitários, como a Noruega ou a Suíça, construíram uma relação estável com a UE. Isso terá de acontecer também entre o RU e a UE, certamente com negociações duras e prolongadas — como na sensível questão da Irlanda do Norte, que passou a ser uma das fronteiras externas da UE.

Se a fronteira vier a ser na Irlanda do Norte, irá enclausurar a comunidade católica. Se ficar como está, entre a Irlanda do Norte e o resto do RU, cria sério problema político para a comunidade protestante. Tudo previsível, mas a brexit precipitou-se por causa da disputa da direcção do Partido Conservador entre Boris Johnson e Theresa May. Foi uma das bandeiras que permitiu Johnson chegar à chefia do partido e a primeiro-ministro, mas fazendo promessas à comunidade protestante da Irlanda do Norte que é muito difícil cumprir, porque a UE, como qualquer outra federação ou país, não pode permitir uma fronteira completamente aberta, por onde passem produtos e pessoas sem qualquer controlo. Para o professor Pedro Ramos Pinto, a única solução é a de Theresa May, que é criar as condições para que o RU tenha o mesmo tipo de relação com a UE que tem a Noruega ou a Suíça. Ou seja, fronteiras abertas, mas o RU, tal como a Noruega e a Suíça, terá de aceitar submeter-se às leis e à regulamentação da UE, sem ter voz na criação e aplicação dessas regras — o oposto das justificações e objectivos da brexit de Johnson e dos conservadores.

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