Desde há cinco anos a cidade das Caldas da Rainha tem visto crescer ali uma nova centralidade cultural, numa diversidade de projetos, ligados às artes, cerâmica, design, moda, fotografia, entre outros.
O gestor Miguel Paiva e Sousa sublinha que a Ceres “chega aos cem anos com os seus espaços todos ocupados, mesmo em ano de pandemia, comprovando a sua vocação de adaptação aos tempos e às necessidades locais: cerca de 40 projetos com uma mesma visão – inovar, criar valor e projetar as Caldas da Rainha”.
O responsável acrescenta que ”o espaço está em contínua renovação e oferece várias tipologias para fazer face a diferentes tipos de necessidades, sendo dotado de infraestruturas de conforto e sustentabilidade”, avançando que “na calha dos próximos investimentos estão as energias renováveis para autoconsumo: painéis fotovoltaicos, estrutura elétrica sustentável, reciclagem e reaproveitamento de materiais”.
Várias iniciativas marcam a passagem do século de existência da Ceres: a criação de um perfil no Instagram, a iniciativa de plantação de pinheiros mansos “Ceres – a criar raízes desde 1921” e a partilha de máscaras sanitárias Ceres por toda a comunidade do hub criativo e empreendedor.
A história da Ceres
A história começou em Vendas Novas, em 1912, com a constituição de uma moagem pela família Alves de Paiva, mas foi em 30 de abril de 1921 que a Ceres se constituiu como empresa, em Montemor-o-Novo.
Na década seguinte, uniram-se, pelo casamento, duas famílias – Alves de Paiva (de Vendas Novas, proprietários e industriais) e Martins de Sousa (de Montemor, regentes agrícolas).
Pelos anos 40, Lúcio de Sousa adquiriu a totalidade da Ceres e iniciou um novo ciclo de modernização e expansão. Mas o Alentejo não tinha as condições necessárias para o crescimento do negócio. Seria necessária a proximidade ao caminho de ferro e aos consumidores finais.
Nos anos 50, após uma intensa prospeção por todo o país, decidiu investir fortemente nas Caldas da Rainha, deixando definitivamente o Alentejo. Os mais de 7000 m2 de construção fabril efetivaram-se e a laboração iniciou-se em 1966.
À entrada do milénio por razões concorrenciais a fábrica teve de parar. Punha-se em questão o seu futuro e o de toda a área construída. A quinta geração, Paiva e Sousa, teve então um novo rasgo para o projeto, disruptivo em relação ao objeto, mas de continuidade em relação à visão: continuar a criar valor.
Assim nasceu o novo projeto para a Ceres, que já é uma referência nacional no aproveitamento de espaços industriais, constituindo comunidades criativas.
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