Filmado nas Caldas da Rainha em décors naturais, a obra relata as dificuldades enfrentadas por uma jovem artista (neste caso actriz de teatro), ao tentar levar a cabo os seus sonhos num mundo dominado pelo capitalismo pragmático. O confronto entre o universo idílico e a crua realidade da sobrevivência social cria um desconforto tal que poderá pôr em causa conceitos bem vincados.
Neste diálogo entre a mobilidade orgânica das personagens e a observação perene e silenciosa da cidade, nasce uma consciência indizível ao longo de todo o filme, latente no imaginário do espetador.
Este trabalho cinematográfico com cerca de 20 minutos teve a sua primeira apresentação pública há precisamente um ano, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, em duas sessões consecutivas de casa cheia, perfazendo um total de cerca de 400 espectadores.
A Praça da República, as antigas lavandarias do Hospital, a Lagoa de Óbidos ou o Parque D. Carlos I são alguns dos principais cenários caldenses patentes neste trabalho.
Do elenco constam Marta Taveira, Fernando Mora Ramos, Nuno Machado, Cibele Maçãs, Fábio Costa e Isabel Lopes.
Já no dia 30, a RTP2 vai estrear o documentário que retrata a vida e a obra de João Ferreira Annes de Almeida, o primeiro tradutor da Bíblia para língua portuguesa. Encomendado pelo canal de televisão ao realizador, este é um documento que inaugura o retrato visual do autor da palavra bíblica na língua de Camões.
Com duração de 53 minutos, começa por ser uma viagem pela história da Bíblia até ao século XVII, período contemporâneo do tradutor, continuando como um relato da sua vida.
Conta com depoimentos de diversos investigadores que se têm dedicado a este tema e que explicam o desenvolvimento que estes textos sagrados conheceram ao longo dos séculos, de modo a contextualizar a tradução de Almeida.
A vida deste autor, bem como os enormes obstáculos que encontrou numa tradução com tamanha magnitude e complexidade, é reconstituída através da ficção baseada nos indícios evidenciados pelo conhecimento científico.
Miguel Costa escreveu e realizou este filme rodando em locais como a Universidade de Coimbra, o Palácio de Mafra, a Biblioteca Nacional, o Santuário de Fátima, os jardins de Monserrate em Sintra, a Nau Quinhentista de Vila do Conde, a Mata das Caldas e a Igreja do Espírito Santo, entre outros décors, alguns deles logrando representar outras geografias bem mais distantes.
A figura principal deste documentário é o autor português mais editado de todos os tempos, com mais de 200 milhões de exemplares impressos. Tendo em conta o grau de dificuldade que representava realizar uma obra desta envergadura, ainda para mais no sudeste asiático, sem acesso às grandes bibliotecas europeias, a obra de João Ferreira de Almeida tem finalmente um documento visual que faz jus à sua magnitude.
Fazem parte do elenco Victor Santos, Gabriel Conceição, Fábio Costa, Carlos Fiolhais, Maia Amaral, Mário Pereira, Luís Henriques, Herculano Alves, Manuel Cadafaz e Luís Reis.
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