O docente, de 53 anos, arrecadou este título – vulgarmente referido como “professor do ano” ou “Nobel da Educação” – após se ter candidatado com um projeto para captar a atenção dos alunos para a matéria lecionada através de métodos interativos. Ficou no leque de dez finalistas, entre mais de 200 concorrentes, após seleção através das recomendações submetidas por alunos, colegas e encarregados de educação, e foi nomeado vencedor por um júri constituído por Laborinho Lúcio (ex-ministro da justiça), Afonso Reis (membro do painel da edição mundial e fundador da edição nacional), Pedro Carneiro (representante da comunidade científica), Sara Rodi (representante dos encarregados de educação), João Brites (representante dos alunos) e o professor universitário Eduardo Sá.
“Num meio sócio-económico desfavorecido como aquele em que trabalho tornou-se uma obessão para mim assegurar que os miúdos têm ciclos de atenção durante uma aula que lhes permita estarem realmente empenhados em perceber o que é a história”, contou Rui Correia.
“O que eu procurei fazer foi encontrar soluções que de alguma maneira pudessem garantir que esses ciclos de atenção eram constantemente reativados. Fui encontrando uma série de soluções muito ‘low tech’, que permitem humanizar a relação com os alunos, envolvendo tudo isto numa atmosfera bem humorada, descontraída mas muito exigente na mesma, porque nada disto é contraditório”, descreveu.
Segundo o professor, é preciso “respeitar o ritmo dos alunos e permitir-lhes que eles próprios controlem o ritmo da aula”, o que faz com que “a conversa fica muito mais bem estabelecida e nós temos a possibilidade de fazer com que eles estejam completamente envolvidos naquilo que estamos a fazer”.
“Não há nenhuma possibilidade de perceber a aprendizagem sem que ela seja descontraída, simpática e amável”, manifestou.
Elogios de quem conhece o seu trabalho não faltam. “O ‘stor’ Rui é como o arroz de cabidela da minha avó. Não preciso de experimentar mais nenhum para saber que ele é o melhor”, escreveu Paulo Meireles na rede social Facebook. “Fui uma sortuda por ter tido a oportunidade de passar um ano maravilhoso a aprender todos os dias com o melhor”, declarou Ana Beatriz. “Foi professor do meu filho e de facto foi um excelente professor”, apontou Suzana Nobre”.
Nas suas aulas, a cada quinze minutos os estudantes são questionados sobre o que acharam mais interessante naquele período, motivando a participação de todos para completar alguma matéria que tenha passado despercebida a certos alunos. Em cima das mesas há “copos-semáforo” com os quais os alunos revelam (através das cores) se estão a perceber o que lhes está a ser ensinado.
Rui Correia vai receber trinta mil euros e vai poder concorrer à edição mundial do prémio, que visa realçar “a importância do papel dos professores no desenvolvimento da educação e do país”, assim como “partilhar boas práticas” e “promover um debate construtivo sobre o futuro da educação”.
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