A população da freguesia da Serra do Bouro, nas Caldas da Rainha, está indignada com o roubo de dois sinos em bronze da igreja da paróquia. Os larápios terão utilizado um veículo empilhador com sistema elevatório para retirar os sinos, avaliados em 13 mil euros, que estavam na torre, a cinco metros do solo. O assalto aconteceu na madrugada de sábado. Quando um dos responsáveis da comissão da igreja chegou de manhã para substituir lâmpadas que estavam fundidas, reparou na falta de dois dos três sinos que estavam na torre e que são usados aos domingos para o chamamento da missa ou quando morre alguém. Os larápios subiram ao telhado e chegaram à torre. Não chegaram a entrar na igreja, que tem alarme. No solo, segundo as marcas deixadas na calçada, que abateu com o peso sobre as sapatas, teriam um veículo com sistema elevatório para fazer baixar os sinos, que roçaram na parede, deixando marcas. Um dos sinos, oferta de um benemérito em 1929 e que tinha sido restaurado há três anos, pesava 180 quilos e o outro, comprado há dez anos, 120 quilos. Desapertaram os parafusos com chaves que antes tinham roubado de uma arrecadação agrícola num terreno próximo, onde entraram após partirem o telhado. Um terceiro sino, também datado de 1929, com cem quilos, não foi levado, ao que se supõe pela impossibilidade de posicionar o sistema elevatório devido à existência de uma escada. Para a população é “um choque bastante grande, não é só o valor pecuniário mas o valor sentimental dos sinos”, manifestou Álvaro Baltazar, presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro. “Houve pessoas que quando souberam ficaram quase em pânico. É algo que temos como nosso e por isso é de lamentar”, afirmou Francisco Rodrigues, catequista. “Para além do valor, é a falta de respeito”, lamentou Simão Pedro, membro da comissão da igreja, que costuma tocar os sinos. “Estamos muito indignados”, acrescentou. “Vamos esperar um milagre para ver se aparecem ou se são localizados. Também temos receio de que se colocarmos novos agora venham a ser roubados”, revelou o presidente da Junta. O assalto foi comunicado à GNR. Francisco Gomes (texto) Carlos Barroso (fotos)