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Fisioterapeutas fazem sensibilização sobre protecção da saúde das costas

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Os fisioterapeutas Emanuel Vital e Teresinha Noronha, residentes nas Caldas da Rainha, são autores de um trabalho desenvolvido no âmbito da promoção da saúde da população jovem e que tem a ver com a protecção da saúde das costas. Nesta fase do ano é oportuno disponibilizar informação às famílias que dentro em breve irão adquirir […]
Fisioterapeutas fazem sensibilização sobre protecção da saúde das costas

Os fisioterapeutas Emanuel Vital e Teresinha Noronha, residentes nas Caldas da Rainha, são autores de um trabalho desenvolvido no âmbito da promoção da saúde da população jovem e que tem a ver com a protecção da saúde das costas. Nesta fase do ano é oportuno disponibilizar informação às famílias que dentro em breve irão adquirir e preparar material para um novo ano escolar dos seus filhos. “O desconforto, o mal-estar, as dores nas costas e as suas consequências no funcionamento da pessoa é de uma proporção verdadeiramente enorme. As raquialgias (dores na coluna vertebral) têm uma elevada prevalência na população adulta. Oito em cada dez adultos, pelo menos uma vez na vida, enfrentam este problema. Na população juvenil, as queixas de dores nas costas afectam um em cada três adolescentes e a sua prevalência tende a aumentar com a idade. A maior parte dos jovens tem ao nascer costas saudáveis, mas à medida que cresce queixa-se cada vez mais de dores nas costas e no pescoço. Vários estudos identificaram uma associação entre queixas de raquialgias nas crianças em idade escolar e disfunções músculo-esqueléticas do tronco na idade adulta”, referem os fisioterapeutas. A Comissão Europeia, na década passada, reconhecendo a urgência de enfrentar o problema das “dores nas costas” com práticas baseadas na melhor evidência, atribuiu à Região Europeia da Confederação Mundial da Fisioterapia o projecto “Pain in the back: for avoiding back pain in children and teenagers” com o objectivo de serem apresentadas recomendações baseadas na evidência para tratar deste problema. As conclusões dos peritos referiam não existir evidência suficientemente robusta que permitisse identificar quais os principais factores de risco das dores nas costas. A mesma limitação existia relativamente às intervenções dirigidas à prevenção e tratamento daquela condição de saúde. Nas suas conclusões, aquele grupo de peritos recomendava o reforço da investigação científica para ultrapassar as limitações do conhecimento científico actual e permitir esclarecer quais os factores que estão na génese e agravamento das dores nas costas e determinar quais as intervenções profiláticas e terapêuticas mais eficazes. Ainda antes de publicadas as recomendações daquele grupo de peritos, em Portugal, Emanuel Vital, Teresinha Noronha e colegas dedicavam-se a esta área. Desde 2003 que investigam este problema, não apenas na vertente que visava determinar as causas do problema, como também na área da protecção da saúde. Investigaram o desenvolvimento e os comportamentos de saúde de cerca de setecentos jovens ao longo de cinco anos, e paralelamente, procuraram determinar qual o segmento da população juvenil que mais poderia beneficiar com as intervenções de promoção da saúde. Cerca de cem toneladas de mochilas passaram pelas suas mãos, e, onde outros investigadores com estudos transversais verificaram existir associação entre peso da mochila e dores nas costas, o seu estudo ao longo do tempo não apenas confirmou aquela associação, como identificou, de facto, uma relação de causalidade entre a proporção do peso da mochila relativo ao peso do corpo e as queixas de dores nas costas. Verificaram ainda que a conjugação de dois factores – mochila pesada e mal transportada -resultava num agravamento do risco para a saúde das costas. “Ao longo dos últimos anos têm surgido várias iniciativas para despertar a atenção da sociedade em geral e da portuguesa em particular, de que os nossos jovens transportam demasiado peso nas mochilas; porém pouco impacto se fez sentir e o peso da mochila apresenta uma tendência para aumentar com a introdução do computador portátil e as aulas de enriquecimento curricular”, referem. Concebido por Teresinha Noronha e contando com a colaboração de Emanuel Vital e colegas, foi implementado em 2006, em dois concelhos – Caldas da Rainha e Bombarral – um programa de promoção de saúde denominado “Se as Minhas Costas Falassem…”. Mais de dois mil alunos já beneficiaram deste programa que envolve, não apenas os jovens alunos, mas também os docentes e os recursos sociais – autarquias e empresas. “Foram realizados vários estudos sobre este programa, e os resultados concluem que ele contribuiu para capacitar os alunos com competências para uma escolha adequada da mochila e para arrumação adequada do seu conteúdo. Além disso promoveu a adopção de comportamentos protectores da saúde das costas”, indicam os fisioterapeutas. Este conhecimento tem vindo a ser publicado em várias revistas científicas e tem sido divulgado em eventos científicos. Em 2009, o trabalho foi seleccionado pelo júri do concurso “Prémio de Boas Práticas em Saúde 2009”, da Direcção-Geral da Saúde. Em 2010, a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Saúde Escolar (SPESE) também o seleccionou como exemplo de boa prática em saúde. Ainda em 2009 foi compilada informação para ser apreciada pela Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular do Ministério da Educação e pela Divisão de Saúde Escolar da Direcção-Geral da Saúde do Ministério da Saúde, com o objectivo de que estas práticas pudessem ser alargadas para benefício de um maior leque populacional. “Os constrangimentos de recursos humanos e outro tipo de limitações podem, contudo, criar limitações ao principal objectivo do trabalho desenvolvido – a protecção da saúde das costas. Embora se tenha estabelecido um nível forte de evidência de que os jovens são capazes de adoptar comportamentos de protecção de saúde para esta condição, reconhece-se que o excesso de peso das mochilas depende de vários factores que não somente da mudança de comportamentos dos alunos. Revela-se, portanto, necessário desenvolver outras estratégias e envolver toda a comunidade escolar e a sociedade em geral”, fazem notar. Neste sentido, Teresinha Noronha tem-se desdobrado em diversas iniciativas. Criou, no âmbito da rede social “Facebook”, a causa “Saúde às Costas”. Através da causa “Saúde às Costas” estabeleceu-se um espaço de partilha de informação e um fórum de debate sobre este tema. São publicadas sugestões sobre como escolher as mochilas, o material escolar e outras atitudes para a protecção da saúde das costas. São fornecidas informações pertinentes sobre os riscos de lesões das costas devido ao transporte incorrecto e ao excesso de peso das mochilas. Teresinha Noronha continua a procurar desenvolver várias abordagens que visem o sucesso desta causa. Para tal, procurou criar ferramentas e recursos para que pudessem ser usados onde são mais necessários: nas famílias e nas escolas. No mês de Outubro, com a chancela da editora “Coisas de Ler”, será lançado o livro “Os Meninos das Costas Perfeitas” para pais, professores e crianças. Pelo vídeo promocional disponibilizado recentemente na Internet (http://www.youtube.com/watch?v=PwDm5kjxgZY), se depreende que é uma história que conta o plano da Fada das Costas Perfeitas para salvar a Mochila Mágica que ficou presa pelo Mago Patológico e as três ajudantes a Ignorância, a Preguiça e a Indiferença. Uma história infantil, mas com forte cunho pedagógico. Francisco Gomes

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