Lupi e Telles nas Caldas em plena confirmação   A corrida nocturna realizada na passada sexta-feira, nas Caldas da Rainha, serviu como principal finalidade para que o cavaleiro praticante Francisco Zenkl tirasse a sua alternativa, subindo assim ao escalão dos cavaleiros profissionais. A cerimónia foi apadrinhada por Manuel Lupi e testemunhada por João Telles Júnior, perfazendo assim três jovens toureiros em praça. Não posso de forma alguma, tirar o mérito a qualquer um jovem toureiro ambicioso que pretenda alcançar através da alternativa, como que o seu doutoramento e estar assim entre os melhores. Mas atenção, para estar entre os melhores tem que ser um deles. Não se pode dar alternativas por dá cá aquela palha, pois nesta temporada já lá vão nada menos de seis, sendo que metade desses recém-alternativados, ainda não tinham dado suficientes provas de um real valor, isto porque de carreira curta uns, outros pouco toureados pouco praceados como se diz na gíria. Sabemos que para bem da festa brava ela deve estar em constante renovação, o que não impede maior rigor por parte desses toureiros iniciados, assim como de quem dirige  e regulamenta a tauromaquia nacional. Oxalá eu seja mau em futurologia e me venha a enganar, mas Francisco Zenkl, neste momento, não está suficientemente traquejado e praceado para pertencer ao escalão máximo dos cavaleiros tauromáquicos. A abordagem que fez aos seus dois oponentes, foi cavalgando em volta dos toiros para assim lhes deixar os ferros, nunca citou, nem cravou de frente, actuando de forma que a actual evolução do toureiro equestre não torna compatível. Ao contrário do que temos vindo a dizer, Manuel Lupi e João Telles Júnior, encontravam-se já muito bem preparados quando decidiram envederar pelo profissionalismo. Por esse facto, a sua evolução tem sido constante e vieram às Caldas fazer disso plena confirmação. A Manuel Lupi, se dá especial destaque quando teve de suportar com muito coração e valentia, tenaz e interminável perseguição do seu 1.º toiro, numa reacção extemporânea a um ferro comprido. Esteve bem no cômputo geral, pois desenhou cravou e rematou as sortes como mandam as regras. Com um cavalo preto, que bonita e poderosa brega a receber o seu 2.º toiro, para depois estar imparável na ferragem curta, com ligeiros quarteios a entrar pelo toiro dentro. Que bem igualmente João Telles Júnior, nos seus dois toiros com o seu emocionante toureiro frontal, cravando os ferros curtos com classe, não faltando os ferros de palmo e as sortes de violino a rematar as suas aplaudidas actuações.   Para toiros duros – pegas duras   De um modo geral o curro de toiros de Dias Coutinho serviu para as lides a cavalo, mas foram duros para os forcados. Os Grupos Amadores de Montemor e Amadores das Caldas da Rainha, quando o não fizeram na 1.ª tentativa, acabaram por resolver com brio, determinação e eficácia, tão difícil e perigosa missão. Todos merecem inquestionável louvor mas não resisto em destacar as duras e espectaculares pegas de Francisco Borges de Montemor ao 3.º toiro da noite e Salvador Costa Pereira, no 4.º ambos com braços de ferro para aguentar sucessivos derrotes. Estamos a meio da temporada ou pouco mais, mas nas Caldas é natural que fiquemos por aqui. Continuo com a convicção que esta praça nos meses de Verão tem condições para concorrer com a Nazaré, realizando algumas corridas nocturnas às sextas-feiras.   Luciano Silva