A Escola Superior de Arte e Design (ESAD) das Caldas da Rainha será a primeira escola do país a implementar um mestrado exclusivamente dedicado ao ensino da tipografia. Está já aprovado pelo Ministério da Educação e deverá iniciar-se no próximo ano lectivo. Como forma de promover o ensino da tipografia, a ESAD vai realizar um ciclo de conferências e debate em torno da temática, tendo convidado professores de várias escolas de ensino superior. O evento vai decorrer no auditório 1 da ESAD, no dia 28 de Maio, entre as 9 e as 18 horas, e contará com a presença de docentes como Luís Moreira, do Politécnico de Tomar, Jorge dos Reis, da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Dino Santos, da Escola Superior de Arte e Design de Matosinhos, Paulo Silva, do Instituto Superior de Artes e Design – IADE, Joana Lessa, da Universidade do Algarve, Olinda Martins e Pedro Amado, do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, Paulo Ramalho, Aprígio Morgado, Ricardo Santos e Rúben Dias da ESAD das Caldas da Rainha. Estende-se o convite a todos os interessados a assistir às conferências assim como a participar no debate. Tipografia não é apenas o sitio onde se vai mandar imprimir os cartões, os convites de casamento…é “a arte de dispor correctamente o material de impressão de acordo com um propósito específico; consiste no arranjo das letras, distribuição de espaços e controlo dos tipos de letra com vista a maximizar a leitura de um texto”, descrevia em 1936 Stanley Morrison. O conhecimento da tipografia – sob o qual residem as bases de composição do design gráfico de comunicação contemporâneo – era passado de mestre a aprendiz nas oficinas tipográficas. A crescente produção de informação escrita obrigou a um desenvolvimento tecnológico que permitisse, com maior facilidade, promover esta informação. Na realidade, actualmente somos bombardeados diariamente por informação escrita, cuja composição gráfica, é alvo de design: desde os ingredientes dos cereais no pequeno-almoço, à publicidade no autocarro. Assim, o avanço tecnológico colocou acessível a qualquer pessoa, com ou sem formação em design, as ferramentas necessárias para a realização de um qualquer objecto gráfico. Esta simplificação trouxe inúmeras vantagens, contudo, originou uma verdadeira selva gráfica. No que toca ao desenvolvimento tipográfico, o seu progresso tem sido mais lento. Na última década tem-se vindo a verificar um novo interesse pela tipografia quer pelas indústrias de software quer pela sua aprendizagem, como se pode verificar através do crescente número de livros, blogues, unidades curriculares e mesmo cursos e conferências, em torno do tema. Os desenvolvimentos tecnológicos dos últimos anos permitem, não só, recuperar o cuidado tipográfico que se tinha perdido, como abrir novas perspectivas ao desenvolvimento tipográfico. Em Portugal, apenas a partir das reformas introduzidas com o Processo de Bolonha no ensino superior, se começou a incluir como unidade curricular a tipografia de uma forma mais generalizada.   Francisco Gomes