Confraria do Príapo quer Museu do Erotismo Um grupo de comerciantes, ceramistas, académicos e políticos de Caldas da Rainha assinou, no dia 28 de Abril, a escritura de constituição da Confraria do Príapo – Deus do Falo – com o objectivo de valorizar a cerâmica erótica típica da cidade. A confraria pretende defender, valorizar e promover, com identidade própria, a cerâmica erótica de Caldas da Rainha. Um espaço de arte erótica, com destaque para a “louça malandreca das Caldas” e para eventos de carácter cultural, são já algumas ideias dos promotores desta iniciativa. José Rafael Nascimento, especialista em marketing, e Isabel Castanheira, da Livraria 107, dois dos mentores do projecto de constituição da nova confraria, frisam que vão promover a cerâmica erótica típica da cidade com uma abordagem cultural, artística e elegante, “rejeitando toda e qualquer iniciativa que se caracterize pela vulgaridade, grosseria e ofensa social”. Para isso, pretendem promover “o registo e a defesa do falo e demais cerâmica erótica da cidade incentivando a inovação, contribuindo para o desenvolvimento da economia local”. Referem ainda que querem “estimular a produção de peças com qualidade certificada, acrescentando valor à oferta actual”. Uma peça artística “poderá ser de colecção, numerada, e depois vendida nos estabelecimentos comerciais, gerando algum dinamismo económico em torno da cerâmica erótica”, explicou José Nascimento. A realização de conferências, exposições e de festivais gastronómicos e o apoio a iniciativas de investigação são outros dos projectos da confraria, que quer colaborar com as instituições locais, regionais, nacionais e internacionais de cultura, comércio, turismo e indústria cerâmica. Quer também estabelecer parcerias com artesãos e cerâmicas locais para a criação de novas louças das Caldas. É ainda intenção da Confraria identificar peças e colecções ligadas à cerâmica erótica das Caldas da Rainha, apoiando a criação de um Museu do Erotismo. Entre os fundadores contam-se duas investigadoras do campo das artes e uma antropóloga, além de comerciantes, ceramistas e autarcas, entre os quais o vereador Hugo Oliveira e o presidente da Câmara, Fernando Costa. Fernando Costa visitou recentemente o museu erótico de Barcelona e considera que Caldas também tem condições para ter um desses espaços de arte erótica. Revelou que há cerca de dois anos a Autarquia deliberou fazer um Museu Erótico, e agora com esta confraria acha que estão reunidas todas as condições para a criação do espaço na cidade. “Eu julgo que o grande objectivo desta confraria é contribuir para a criação do museu”, frisou, acrescentando que o Município irá “certamente apoiar o projecto”. O autarca está convicto de que o futuro espaço de arte erótica terá como base o acervo de Paulo Moura (economista de Coimbra detentor da maior colecção de objectos eróticos do país) que é um dos co-fundadores da confraria. Para isso, Fernando Costa está a negociar com o coleccionador. “Ele está disponível para entrar neste projecto. Uma das hipóteses é a Câmara comprar-lhe a colecção, mas ele não quer vender, portanto, eu vou propor-lhe que com alguma remuneração ele ceda a colecção por um período nunca inferior a 25 anos”, revelou o autarca. Paulo Moura e o presidente da Câmara reuniram-se depois da assinatura da escritura mas ainda não fizeram acordo relativamente à colecção de objectos eróticos do economista para o futuro Museu. “Fiquei de estudar os regulamentos legais e fiscais das fundações para lhe apresentar uma proposta nesse âmbito, que me parece o melhor cenário. Ando a ler o Código Civil, comprei um livro sobre fundações e estou a estudar também os estatutos de fundações existentes. Vou ver se consigo apresentar uma proposta que convença a Câmara. Irei também enquadrar nessa proposta de fundação a Confraria do Príapo”, divulgou Paulo Moura. Com mais de mil peças, o economista iniciou a sua colecção há mais de 25 anos quando estava na tropa. Foi uma colega que trabalhava com ele que o inspirou quando lhe deu “uma ampola de vidro da Marinha Grande, daquelas injecções bebíveis, com uma figura erótica lá dentro”, disse. Da sua colecção fazem parte peças nacionais e estrangeiras com destaque para vários objectos eróticos originais. Das Caldas da Rainha tem cerca de 30 peças, algumas originais de artesãos locais e outras que comprou nas lojas da cidade. Para o futuro museu erótico da cidade, o coleccionador considera que o ideal é ter “uma casa com diferentes salas, num ambiente onde as pessoas entrem e espreitem as peças, porque há muitas pecinhas que são giras quando são vistas às escondidas”. Marlene Sousa
Para divulgar “louça malandreca das Caldas”
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