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O sol caminha sem que o vejas mover-se. E vem o entardecer e anoitece. Estás de novo em casa. Passou um dia. Olhas-te ao espelho, um dia e outro, e não te vês crescer. É também assim que crescem as árvores e que o Inverno se torna Primavera e que a natureza produz flores e […]

O sol caminha sem que o vejas mover-se. E vem o entardecer e anoitece. Estás de novo em casa. Passou um dia. Olhas-te ao espelho, um dia e outro, e não te vês crescer. É também assim que crescem as árvores e que o Inverno se torna Primavera e que a natureza produz flores e frutos, lagos e montanhas. Pouco a pouco. Devagar. Sem que se note. Há uma paciência imensa em tudo o que te rodeia. Um labor silencioso que alcança sempre os seus objectivos. Pouco a pouco. Uma semente pequena faz-se árvore grande com o tempo. E fica ali no seu lugar, sólida e generosa. Um dia, vens e abrigas-te à sua sombra. Mas essa sombra é uma obra de arte que esteve escondida por muito tempo e não pudeste acompanhar. Não seria acertado que, na tua vida, desejasses a sombra refrescante – ou as flores, ou os frutos – sem que tivesse havido antes a semente aparentemente imóvel no lençol silencioso da terra, aquele sugar lento de minerais, a alternância repetida das estações. Há uma grande sabedoria em saber esperar. Não me refiro a uma espera feita de inactividade e de indolência, mas àquela outra que é preenchida por pequenos passos firmes iluminados pela esperança. A esperança não consiste simplesmente em aguardar com optimismo que a boa sorte nos bata à porta, em ter “pensamentos positivos”, mas na certeza de que aos passos correctos e constantes está prometido o objectivo bom que procuramos. Quando se vai no caminho certo, quando se trabalha nos alicerces de uma coisa boa, ter esperança é ter a certeza de que se chega. Tudo aquilo que é bom se pode alcançar. Tudo se consegue. Pouco a pouco. A seu tempo. E há frutos que, por serem tão grandes, só chegarão depois de nós passarmos. É bom que tenhas grandes objectivos, ideais elevados e nobres. Mas deves considerar que, precisamente por serem grandes e elevados, só podem estar no final de um caminho longo, frequentemente cheio de obstáculos; e que não é sensato procurar atalhos para chegar a eles. Se alguém te quiser oferecer a noz descascada, a vitória sem combate, o diploma sem a sabedoria, foge depressa. Encher-te-ias de vazio. Quando queres resultados rápidos em coisas grandes – quando prescindes do esforço prolongado, da lentidão, dos métodos apropriados a um objectivo – saltas para fora da realidade. Podes magoar-te e magoar outras pessoas. Tudo o que fizeres a partir desse ponto não te levará a nenhum lugar. Será tudo falso, por ter perdido esse ajustamento à realidade a que chamamos verdade. Hás-de ver que te apodrecerá nas mãos, mais cedo ou mais tarde. A tua impaciência, porém, não é necessariamente um defeito. Ela pode ser como o vento que empurra o navio. Serve-te dela não para te poupares a esforços, mas para te obrigares a crescer todos os dias. Para aperfeiçoares os teus gestos. Para te tornares mais capaz de ir longe e alto. Paulo Geraldo Professor de Língua Portuguesa

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