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Projecto é candidato a prémio europeu

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Alunos da EBI de Santo Onofre denunciam notícias alarmistas “Todos os dias acontecem coisas más e boas. As más preenchem a quase totalidade das notícias. Compramos os jornais por terem más notícias. E os jornais sabem disso. E fazem o culto das más notícias. Mas más notícias não significam mau jornalismo. Mau jornalismo é, por […]
Projecto é candidato a prémio europeu

Alunos da EBI de Santo Onofre denunciam notícias alarmistas “Todos os dias acontecem coisas más e boas. As más preenchem a quase totalidade das notícias. Compramos os jornais por terem más notícias. E os jornais sabem disso. E fazem o culto das más notícias. Mas más notícias não significam mau jornalismo. Mau jornalismo é, por exemplo, o aproveitamento macabro dos detalhes de um homicídio. Descer às perícias, às minúcias e repeti-las”. Esta foi a ideia base de uma instalação de quarenta telas, num total de seis mil recortes de jornais, que alunos do 8º ano da Escola Básica Integrada de Santo Onofre, nas Caldas da Rainha, preencheram com notícias que consideraram “alarmistas, promotoras de indignações deslocadas ou alarmes sem fundamento”. O resultado está em exposição no átrio da escola. Este projecto é concorrente ao certame “Promovendo a inovação e a criatividade: as respostas das escolas aos desafios das sociedades do futuro”, organizado pela Presidência Eslovena do Conselho da União Europeia. “Tempo Real”, assim se designa a instalação concebida pelos alunos, no âmbito da disciplina de Área de Projecto, e realizada entre Setembro de 2007 e Fevereiro de 2008. “Este projecto visa sublinhar como se torna indispensável, hoje em dia, dispor de um ponto de vista crítico, para calmamente discernir as numerosas tragédias humanas que vamos conhecendo através dos media. O gosto irreprimível pelo macabro nos media apresenta-nos um tempo que simplesmente não é real. O tempo dos media é um tempo irreal. Um tempo feito de medo, indignação e alarme. Se toda a realidade fosse assim tão negra, tão sanguinária, que valor teria a vida?”, é explicado no projecto. O trabalho acabou por ser “um exercício de análise crítica da linguagem jornalística”. “Procurou-se transformar o mau jornalismo numa única obra artística, e equipar os miúdos com uma habilitação crítica para surpreenderem os recursos retóricos e as figuras de estilo pretensamente noticiosas que actualmente procuram amplificar o pavor das notícias, com os mais exorbitantes e injustificados fundamentos”, refere o projecto. “Como se sentirá um pai, uma mãe ao ler nos jornais que o seu filho foi morto à “martelada”, à “navalhada”, à “machadada”, à “facada”, à “chumbada”, à “sacholada”. Esta insensibilização vai exigindo uma dose maior de crueldade, até chegarmos ao lugar onde as más notícias chegam a dar a impressão que nada de bom acontece. Aborrecidos por tanta má notícia, atirámo-nos aos jornais e fomos à procura das más notícias e repetimo-las até que se perceba como funciona este mecanismo que injecta o terror, o medo na vida de cada leitor. Isto, claro, se acreditarmos em tudo o que lemos nos jornais. Felizmente, como todos sabemos, existe vida para além dos jornais. E esse é que é o tempo real”, referem os participantes na iniciativa. Os alunos das turmas C e D do 8º ano começaram então a preparar uma exposição, sendo recortados jornais regionais e nacionais, de Outubro de 2007 a Janeiro de 2008, com as expressões de violência que surgem nos textos, ocupando com elas telas quadradas com 40 centímetros de lado. “O exagero e as repetições de expressões violentas, algumas delas requintadamente sanguinárias, foram sendo assinalados e essas expressões individualmente seleccionadas e recortadas. Todos os alunos foram convidados a ler em voz alta as notícias que achassem que revelavam este exagero e esta vontade de gerar terror. Dessas leituras e respectivo comentário pôde fazer-se a devida desconstrução e a exacta interpretação da mensagem. Trazê-la para um tempo real. Estas leituras colectivas permitiram “limpar” a notícia de tudo o que tem “a mais” (como adjectivos mais ou menos cruéis e violentos, expressões que representam inúteis juízos de valor, previsões sobre as consequências negativas possíveis que resultam dos eventos sobre o leitor)”, relatam. Procedeu-se, depois, ao recorte da notícia. Quando reuniu recortes suficientes, foi distribuída a cada aluno uma tela, onde foram colados. Depois passou-se à fase de execução do design da exposição, que foi debatido com as turmas, que apresentaram bastantes sugestões, tendo sido escolhida a ideia de suspender as telas, unindo-as, procurando gerar um sentimento de repetição e multiplicação monótona do mesmo registo. O verso das telas foi pintado com tinta vermelha, a simular a existência de sangue. Foi também construído um stand com o texto de apresentação da exposição. Foram fotografados todos os momentos do trabalho e coligido o material para a criação de uma página na Internet, ilustradora das diferentes fases do processo. A exposição foi inaugurada a 12 de Fevereiro, despoletando os comentários dos professores. “Pequenos quadros preenchidos com sequências frásicas recortadas de notícias jornalísticas para nelas sublinhar como elemento comum a violência. O que importa aqui realçar é que muitas das descrições que acompanham as notícias têm pormenores e termos de arrepiar, de muito duvidoso valor informativo”, sintetiza Luís Redes. Francisco Gomes Legendas: 1- Discussão colectiva sobre a prevalência de más notícias nos jornais

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