Uma greve por aumentos salariais e revisão do contrato coletivo de trabalho foi realizada na passada quarta-feira pelos trabalhadores de empresas do setor das conservas de peixe ao longo do país, tendo em Peniche havido uma concentração à porta da ESIP.
Os trabalhadores reivindicam o que consideram ser “aumentos salariais dignos” e a revisão do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT), negociações que dizem estar bloqueadas pela Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP).
Daí terem feito uma paralisação para mostrar o seu protesto contra os “salários muito baixos” que apontam estarem a ser praticados no setor, ao momento tempo que aproveitaram para contestar os horários de trabalho, que sustentam estarem “desregulamentados”, perante a imposição de horário noturno.
O SINTAB – Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal, integrado na Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), reivindica um aumento de 90 euros para todos, considerando ser possível uma vez que o setor da indústria das conservas vive uma boa situação económica, pois aumentou o volume e o valor das vendas, sustenta.
Para além dos salários, é pedido respeito pelo trabalho, alegando Mariana Rocha, do SINTAB e representante dos trabalhadores da ESIP, que a ANICP “pretende negociar a tabela salarial e a revisão do CCT à custa de retirada de direitos dos trabalhadores, ao querer impor o banco de horas e a laboração contínua, à troca de um aumento de cinco euros acima do salário mínimo”.
“Os direitos dos trabalhadores são muito violados e por isso estamos a chegar ao limite e exaustos”, manifestou.
Para além da greve, foram promovidas concentrações à porta de várias empresas no país e em Peniche, na ESIP, indústria pertencente a uma multinacional tailandesa, os trabalhadores, a esmagadora maioria mulheres, corresponderam em massa ao protesto.
Entre os cerca de 800 trabalhadores, alguns, com medo de represálias, não compareceram e outros, segundo o sindicato, chegaram a ser pressionados para não aderirem.
A ANICP manifestou estranheza por estes protestos do sindicato afeto à CGTP surgirem em plena campanha eleitoral, considerando ser uma encenação com a qual não pactua. Transmitiu também que o processo negocial decorre há vários meses, aguardando resposta da FESAHT à sua proposta, e que continua disponível para as conversações sobre o CCT e a revisão salarial.
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