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Veículo histórico Willys Overland dos Bombeiros de Óbidos é atração turística

Marlene Sousa

EXCLUSIVO

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O veículo histórico Willys Overland CJ2A de 72 anos dos Bombeiros de Óbidos que foi restaurado por um grupo liderado pelo entusiasta pela história da corporação, Carlos Ribeiro, tornou-se já uma atração turística.
O veículo histórico Willys Overland CJ2A de 72 anos dos Bombeiros de Óbidos

Carlos Ribeiro tem estado à porta da Vila a fazer a apresentação do veículo. “Centenas de pessoas não só fotografaram o jeep como fizeram imensas perguntas e também deram muitos donativos para os bombeiros”, contou.

Segundo o sócio, a direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Óbidos encorajada pelo sucesso que o veículo histórico está a ter quer pelos visitantes portugueses quer pelos estrangeiros pretende mantê-lo à porta da Vila de Óbidos para ser visto e usufruído. “O objetivo é proporcionar animação cultural de rua”, contou.

O veículo pode ainda ser alugado para eventos como casamentos, festas e outras iniciativas onde toda a receita reverte a favor dos bombeiros. A direção da associação propõe ainda a criação de um núcleo museológico que reúna o espólio histórico da corporação, assim como um centro interpretativo do fogo, que possa fazer intervenção junto dos mais novos sobre o fenómeno do fogo, assim como para os fenómenos climáticos que se lhe associam.

O veículo chegou a Portugal em 1950 ao serviço da embaixada americana, onde

permaneceu até 1957.

O jeep foi doado aos bombeiros de Óbidos em 1959 por Manuel da Silva Marques da A-da-Gorda, um grande benemérito dos bombeiros. Foi para Lisboa onde foi transformado em veículo de ataque em incêndios. Em 1960 foi feita a inauguração e bênção do jeep na Praça de Santa Maria conjuntamente com uma ambulância Peugeot 403 que foi também oferecida aos bombeiros de Óbidos. A madrinha do carro foi Maria Manuela Patrício da Silva Marques que na altura tinha 14 anos (filha de Manuel da Silva Marques). O veículo composto por escadas de gancho e de molas era utlizado no ataque nomeadamente a incêndios urbanos e na vila. Esteve ao serviço dos Bombeiros Voluntários de Óbidos durante cerca de 25 anos. “Quando ele começou ao serviço em 1960 os bombeiros tinham poucos veículos e estavam velhos e este carro na altura veio permitir um socorro mais rápido e eficiente às populações do concelho”, explicou Carlos Ribeiro, acrescentando que por “ser estreito era mais fácil a sua condução na vila dentro das muralhas”. “Ele puxava um reboque com uma bomba que servia para tirar água de poços, de rios e charcas para o ataque a incêndios e servia muitas vezes também para ajudar os agricultores que precisavam de despejar um poço”, adiantou.

Carlos Ribeiro entrou para os Bombeiros Voluntários de Óbidos com 16 anos como bombeiro cadete. Herdou do seu pai, Ápio Ribeiro (ajudante de comando) a paixão pelos bombeiros. Continua com um sentido de pertença inigualável e tem um carinho muito grande pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Óbidos. “Os bombeiros de Óbidos são um exemplo porque têm uma escola de infantes e cadetes que se destinam à formação no âmbito do voluntariado e da proteção e socorro. Além da aprendizagem das técnicas e disciplina também há a aprendizagem dos valores subsequentes”, referiu. É um grande apaixonado por jeeps com uma carreira de cerca de 40 anos a trabalhar com marcas de todo o terreno propôs o restauro do veículo.

O jeep estava inoperacional guardado num armazém nas Gaeiras. Criou-se um grupo de três elementos, Carlos Ribeiro, João Pedro Pimenta e Nuno Duarte, que conseguiram arranjar financiamento e restauraram o jeep em três anos com o custo de cerca de dez mil euros. “O jeep foi todo mexido do ponto de vista da mecânica, motor de caixa de velocidade de transmissões, estofos novos e o sistema elétrico foi completamente substituído respeitando integralmente os materiais e a forma como era originalmente”, apontou o entusiasta pela história da corporação.

Passeio pela Vila com bombeiros

O empresário levou no passado dia 10 de agosto, três bombeiros antigos, Octávio Pinto, António Timóteo e Joaquim Machado que chegaram a conduzir o Willys Overland a darem uma volta no veículo pela Vila de Óbidos. No passeio o veículo foi conduzido por Carlos Ribeiro e enfrentou vários desafios conseguindo um desempenho todo terreno extraordinário.

Foi uma viagem inesquecível para os ex-bombeiros que recordaram várias histórias que tiveram com o jeep. Apesar de já não serem bombeiros ativos, continuam orgulhosos da Associação Humanitária sempre com a missão de ajudar.

Ao JORNAL DAS CALDAS, Octávio Pinto, que era fiscal municipal, lembrou que tinha oito anos quando o jeep foi batizado na Praça de Santa Maria. “Na altura quando chegávamos a um fogo se não tivéssemos água nem mangueiras utilizávamos batedores e enxadas”, recordou.

Joaquim Machado entrou para os bombeiros de Óbidos em 1959 e naquela altura era cadete. “Este carro levava sempre dez bombeiros e uma autobomba no reboque”, lembrou, com saudades daquele tempo onde enfrentavam o fogo por convicção”.

“Assim que saí da tropa em 1957 foi para os bombeiros de Óbidos e tive lá mais de trinta anos”, recordou, Joaquim Machado que além de bombeiro voluntário era funcionário das oficinas da Garagem “Capristanos” nas Caldas da Rainha. António Timóteo que também foi bombeiro e em simultâneo trabalhava nos Serviços Municipalizados de Óbidos também relatou algumas histórias salientando a união que existia entre todos.

“O nosso parque infantil era dentro do quartel dos Bombeiro na Rua Direita e nós brincávamos em cima dos carros inclusive deste jeep e foi a partir daí que eu pessoalmente ganhei o gosto pelo todo-o-terreno e fiz uma carreira de vida a trabalhar com este segmento de mercado”, lembrou, Carlos Ribeiro.

Segundo o sócio dos bombeiros, o Willys foi o primeiro veículo todo-o-terreno a ser inventado no mundo pelos americanos antes da II Guerra Mundial porque perceberam que “precisavam de um veículo com estas características”. “Neste caso específico está transformado em carro de bombeiros, mas tem o primeiro sistema de tração às quatro rodas do mundo com uma tomada de força traseira que permite copelar serras, bombas de água, ceifeiras entre outras e servir como máquina agrícola”, contou, Carlos Ribeiro, acrescentando que “tem um motor que se chama Go Devil com 2200 de cilindrada e que debita 60 cavalos”.

Os pedidos de reserva para eventos do Willys Overland CJ2A devem de ser efetuados pelo seguinte telefone: 262 959 305.

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