Os alunos da turma do 2o ano do curso de Técnica de Cozinha/Pastelaria e do 1o ano de Técnicas de Restaurante/Bar apresentaram o projeto “O Oeste Visto por Bordalo”. A ementa foi desenvolvida através de peças de cerâmica do autor, tendo cada prato apresentado uma obra associada. Por exemplo, a peça floreira triangular com decoração em relevo de três enguias e composições de algas, serviu de inspiração para o aperitivo apresentado aos convidados, “ensopado de enguias com pão de algas”. Deixando a brisa do mar e entrando no aroma da “floresta do Oeste”, a pinha verde despertou para uma experiência crocante com cogumelos, em que foi servido “vol-au-vent de cogumelos. A peça de cerâmica em alto relevo com uma navalheira no centro inspirou o “vol-au-vent de navalheira”. O bacalhau à biscainha foi inspirado na peça suspensa e em alto relevo representativa de bacalhau. O pato com risoto de frutos silvestres foi criado a partir de uma jarra de cerâmica com formato de pato. Pastéis de amêndoa com gelado de ginja foi a sobremesa servida aos convidados, todos eles ligados de uma forma ou outra a Rafael Bordalo Pinheiro. Segundo explicou Catarina Rodrigues, mentora dos projetos integradores e orientadora educativa, apesar das dificuldades devido à pandemia, “todos os alunos aceitaram o desafio”. A responsável referiu que esta ideia de trabalhar sobre as peças de Bordalo Pinheiro surgiu também graças ao apoio do chef Luís Tarenta. “É preciso ter um conhecimento grande do trabalho de Bordalo para fazer a transposição de peças cerâmicas para o prato gastronómico”, apontou. Luís Tarenta, coordenador do curso de cozinha, relatou que toda a ementa foi criada pelos alunos, “com o nosso apoio e supervisão”. “Sempre achei importante ligar a cozinha a uma arte”, salientou. Rafael Bordalo Pinheiro era um “bom garfo”. A sua obra multifacetada espelha o gosto por estar à mesa e apreciar a boa gastronomia. Segundo Luís Tarenta, Bordalo Pinheiro “não era cozinheiro”. “A única receita que se lhe conhece foi uma que escreveu para um livro de cozinha, nos anos de 1800, que foram as Enguias à Patriota”, contou, acrescentando que se inspirou muito nos produtos naturais nas suas obras de cerâmica. De acordo com o responsável, este projeto é o resultado de um trabalho multidisciplinar, onde foram conjugadas todas as disciplinas teóricas para os alunos perceberem que a “teoria também é necessária”. “Quando escolhem um curso de cozinha faz sentido saberem sobre turismo e a região onde estão”, referiu. O diretor da EHTO, Daniel Pinto, manifestou que “a ligação entre a arte e a comida conjuga bem e é um caminho que temos de continuar a fazer”.
À mesa com Bordalo
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