Q

Previsão do tempo

14° C
  • Monday 14° C
  • Tuesday 14° C
  • Wednesday 15° C
14° C
  • Monday 15° C
  • Tuesday 14° C
  • Wednesday 15° C
14° C
  • Monday 15° C
  • Tuesday 14° C
  • Wednesday 15° C

Covax iníquo

Francisco Martins da Silva

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
A União Europeia (UE) é o maior contribuinte mundial para o sistema Covax (Covid-19 Vaccine Global Access), iniciativa da WHO (World Health Organization), para garantir que os países pobres não ficam para trás na maior campanha de vacinação mundial da História — salva-se cada um, se todos se salvarem. Mas, devido às múltiplas dificuldades, nem todas aceitáveis, de produção e abastecimento de vacinas, é missão difícil, afectando também a Europa.
Francisco Martins da Silva

Este nobre e urgente objectivo, a vacinação da população mundial como um todo, poderia ser atingido de modo que não fosse menorizador para os ditos países pobres. Alguns governantes africanos quiseram participar numa lógica global de produção e vacinação, em vez de esperar pelas generosas sobras da Europa.

A África do Sul sugeriu o que é óbvio, mas sem sucesso — propôs logo em 2020 à Organização Mundial do Comércio (OMC) que suspendesse temporariamente os direitos de produção intelectual das novas vacinas, para que os países africanos, entre outros, que têm capacidade industrial e farmacêutica, pudessem copiar e produzir as vacinas necessárias às suas populações, de modo que fosse atingida rapidamente a imunidade.

Esta proposta foi chumbada pela OMC, porque EUA, UE e Japão não a deixaram passar. Perdeu-se uma ocasião de inédita solidariedade mundial por algo bem maior que os egoísmos nacionais — que é, afinal, o propósito do Covax. Por um lado, tratou-se de proteger os interesses comerciais da indústria farmacêutica, que recebeu à partida milhares de milhões de euros e de dólares da comunidade internacional, para chegar aos resultados a que chegou.

O projecto Covax, que só pode ser garantido pela produção e distribuição mundial gratuita das vacinas, é assim sabotado de forma flagrante e escandalosa pelo primado dos interesses das farmacêuticas. Por outro lado, a UE demite-se desta dinâmica porque os eleitorados europeus penalizariam os governos que actuassem racional e eticamente.

A conveniência para a UE, e para o mundo, da vacinação das populações africanas é semelhante ao interesse na solução do problema das migrações. Mas qualquer governo europeu que se atreva a assumir que a prioridade do ataque à pandemia da Covid-19 não é apenas a vacinação dos seus nacionais, perde eleições, deixa de governar. Entre esta irracionalidade e o défice da produção de vacinas, não é possível atender a necessidade sanitária de vacinar o mais depressa possível a população mundial como um todo.

Se a Covid-19 se tornar endémica em África, ou em qualquer outra parte do globo, devido a atrasos na vacinação, todos seremos afectados. Toda a gente compreende isto. Mas os governos estão manietados pela toleima eleitoralista. Em primeiro lugar, serão vacinados os países ricos. Os outros, só depois, quando der jeito às farmacêuticas.

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Últimas

Artigos Relacionados

Equipa de ciclismo da Ribafria vence Taça de Portugal

A equipa beneditense de ciclismo do CRP Ribafria, Grupo Parapedra - Dinazoo -  Riomagic venceu a Taça de Portugal de Masters em ciclismo, que chegou ao fim no passado domingo, com a quarta e última etapa pontuável, inserida no GP Grândola - 50 anos 25 de abril.

ribafria 1

Carlos Bunga recebe prémio internacional

O artista plástico Carlos Bunga, formado na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, foi distinguido com o prémio da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) para artes visuais, "reconhecendo a importância das exposições" realizadas em 2023 no Bombas Gens Centre d`Art de Valencia, Espanha, no Sarasota Art Museum da Florida, nos Estados Unidos, e a participação na 35.ª Bienal de São Paulo, no Brasil.

bunga

António Moura campeão nacional de Triatlo Cross

O caldense António Moura, em representação do clube Vitória de Janes, sagrou-se campeão nacional, ao obter o primeiro lugar no escalão 60-64 anos no Campeonato Nacional de Triatlo Cross, realizado no dia 20 de abril, na Golegã.

moura