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Filarmónica de Alvorninha comemora 100 anos com gravação do primeiro CD

Marlene Sousa

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A Sociedade Filarmónica de Alvorninha (SFA) completou no dia 9 de abril 100 anos de existência ao serviço da cultura e da música. Devido à pandemia, não foi possível comemorar como desejaria, porém, não deixou de assinalar no passado domingo, com uma pequena cerimónia oficial que abriu as celebrações do centenário. A importância cultural, artística e social desta instituição foi realçada. A publicação de um “Livro Centenário” e a gravação do primeiro CD serão marcos associados à comemoração, a par de obras de requalificação da sede.
A Filarmónica de Alvorninha completou um século ao serviço da cultura e da música

Na sessão, que contou com a presença de algumas entidades, entre elas o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, foram destacadas as pessoas que ao longo dos 100 anos de vida fizeram a história desta filarmónica.

A Escola de Música, que é a grande aposta da Banda Filarmónica de Alvorninha, tem cerca de 50 alunos, dois professores, de iniciação e formação musical, e sete de instrumento.

Na cerimónia foi inaugurado o painel comemorativo do centenário criado pelo cartoonista caldense Bruno Prates. É uma obra feita em madeira reaproveitada (cariz ambiental) resistente às intempéries. Foi pintada com tinta plástica e a peça está envernizada. À noite com um foco de luz vai permitir refletir na parede 100 anos e as letras “Sociedade Filarmónica de Alvorninha”. O objetivo é a peça ficar no exterior da sede e depois decorar a parede do interior. A peça representa todos os músicos, o maestro e os elementos simbólicos da freguesia, como a sede da SFA, o pelourinho e a Igreja da Misericórdia.

O designer Fernando Cordeiro fez na sessão uma apresentação de como produziu o logótipo da SFA, dando um novo visual à banda. Foi também criado um novo “website” da SFA, que dará a conhecer o trabalho que é desenvolvido.

Foi também projetado um vídeo comemorativo, da autoria de Tomás Matos (flautista da SFA), num trabalho integrado na Prova de Aptidão Profissional do Curso Profissional Técnico de Multimédia.

Em 1921, quando se juntaram, eram conhecidos como os músicos do barrete. As primeiras atuações eram com fato civil e de barrete. Os primeiros instrumentos foram transportados para Alvorninha por um carro de bois e os músicos iam para os ensaios a pé e tocavam vários dias fora de casa.

Regista-se a primeira atuação na Benedita em 1921. Para as atuações mais longe iam a pé até às Caldas e depois apanhavam o comboio e ficavam vários dias fora de casa.

Há 100 anos a maioria dos maestros tinha outra atividade profissional e alguns chegaram a dormir na sede da banda. Eram eles que ensaiavam todos os instrumentos e escreviam as partes para os músicos à mão. Em Alvorninha, a banda era o único passatempo que existia.

A presidente da SFA, Catarina Correia, realçou a importância de comemorar um centenário de “empenho cívico de muitas pessoas, mas também de resiliência”. Lamentou não poder comemorar com outras pessoas “que fizeram e fazem parte da história da nossa banda”, prometendo que logo que possível festejarão “todos juntos”.

A responsável revelou que foi aprovada uma candidatura a apoios da Leader Oeste, que permitirá contribuir financeiramente para a realização de um conjunto de atividades e iniciativas previstas, como a publicação de um “Livro do Centenário” que irá relatar a biografia da banda, desde a fundação até aos dias de hoje.

O objetivo é “dar voz a todos aqueles que contribuíram para a formação da banda, constituindo assim um legado para a geração atual e futuras”, disse a responsável.

Outro dos marcos será a gravação do primeiro CD, intitulado “Memórias do Centenário”, dedicado a obras de autores portugueses. Integra obras de compositores de referência do século XX em Portugal, nomeadamente Lopes Graça, e homenageará o compositor minhoto Miguel de Oliveira.

Desse registo, Catarina Correia destacou a “criação original composta por um filme da autoria de Sara Morais e uma peça musical a ser tocada ao vivo, da autoria de Diogo Alvim. O filme terá como tema a paisagem de Alvorninha e terras circundantes, tomando a orografia como material que irá servir a composição musical”. Segundo Catarina Correia, “este trabalho surge no âmbito da parceria que a SFA estabeleceu com a OSSO- Associação Cultural.

A presidente da SFA referiu que vão fazer uma exposição itinerante, para os acompanhar quando forem tocar a algumas associações, com o intuito de dar a conhecer a banda.

Em abril de 2022 pretendem fazer um grande concerto no CCC, onde vão convidar todos os artistas que tem colaborado “connosco nos diversos anos”.

O maestro Renato Tomás destacou a grande evolução no que se refere “à organização interna, tendo para isso a colaboração de um corpo docente de excelência”. Recordou que devido à pandemia, as aulas “funcionaram em grande parte do período do tempo via online, permitindo explorar as mais diversificadas plataformas digitais para apresentação das audições previstas à distância”.

O presidente da Assembleia Geral da SFA, Virgílio Santos, que está ligado à filarmónica há 60 anos, sublinhou que uma coletividade que promove a cultura ao longo de um século “não é muito usual”. “Foi através dos concertos que levou o nome de Alvorninha à região”, comentou, esperando que “se possa requalificar a sede, nomeadamente as condições acústicas”.

O presidente da Junta de Freguesia de Alvorninha, José Henriques, deu os parabéns à SFA pelos “100 anos de música e por tornarem o nosso território mais unido e coeso durante este período”. “Até na história mais recente a banda tem um papel determinante nesta coesão porque gera gosto de viver em Alvorninha”, frisou. Destacou ainda o facto da banda se “ter adaptado às adversidades da pandemia utilizando os meios tecnológicos”.

O presidente da Câmara considera a SFA “um legado de grande valor histórico e cultural pela forma como dinamiza e une a comunidade de Alvorninha e ainda incentiva os jovens na formação através da música”.

O autarca anunciou que a Câmara das Caldas alterou recentemente os seus critérios e aprovou o financiamento de obras de requalificação das sedes ou instalações das bandas filarmónicas. “Estamos disponíveis para comparticipar até 80% do valor da obra, à semelhança do que fazemos para os pavilhões desportivos, obra essa limitada até 250 mil euros”, revelou. “Felizmente Caldas tem quatro bandas, três delas centenárias”, declarou.

O futuro passa agora por requalificar a sede “em instalações modernas e adequadas ao crescimento da escola de música”, frisa Catarina Correia, revelando que estão a trabalhar no projeto porque “é necessário mudar o telhado, criar salas de aula para os alunos com uma boa acústica, aumentar a sala de ensaio e criar melhores condições” para que possam aumentar as valências, como por exemplo, ter música para bebés.

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