A doutoranda estuda, em primeiro lugar e na perspetiva da arquitetura, o conhecimento sobre as diversas formas de organização da prática termal, cuja diversidade de tipos e modelos nos oferece um amplo e profícuo campo de análise e reflexão sobre a particular cultura de redenção pelas águas, em todas as suas escalas, formas e expressões culturais.
A significativa concentração de lugares de vocação termal identificados em território português e a diversidade de tipos que se sobrepõem na época contemporânea sugerem uma abordagem de carácter taxonómico, capaz de favorecer uma leitura panótica e ao mesmo tempo sistemática sobre este património singular (histórico, arquitetónico e sociocultural) que emerge a partir dos benefícios da água, de que os “banhos populares” se integram.
Considerando, previamente, três tipos de organização (estância, balneário e “banhos populares”), que se apresentam em complexas e eruditas formas de organização do espaço termal ou em rudimentares formas de prática termal, procura-se empreender a reflexão a partir de uma metodologia que tem como base discursiva a comparação – simultaneamente teórica, empírica e dedutiva –, que cruza os três modelos selecionados com três pressupostos de análise.
1. Organização do Espaço e das Estruturas Edificatórias
2. Território e Paisagem
3. O Homem e a Água
O estudo pretende consolidar, através das suas conclusões, a hipótese de que os exemplos refletem a importância da água na fixação e sustentação de amplos processos sociais e culturais, constituindo-se como património de inegável interesse material e imaterial em território português e com singularidades à escala internacional, que importa valorizar e dinamizar.
A propósito, a Quinta das Janelas (Quinta dos Freires, Casal dos Mosqueiros ou Quinta das Gaeiras) pertenceu à família Freire de Andrade. No último quartel do século XIX passou para a família Gama, iniciando-se então, a par da exploração agrícola, a exploração mineira e o tratamento industrial de gesso existente nesta propriedade com mais de 200 hectares.
Presentemente, pertence à Associação Portuguesa das Farmácias. O balneário é uma construção de 7×7 m, o espaço interior é dividido em duas partes iguais, cada uma com tanque de banhos e sala de espera e abafo.
Esta disposição leva a crer o uso com divisão por sexos. Mais recentemente, um dos tanques destinava-se aos proprietários e aos outros utilizadores, destacando-se entre estes os operários da fábrica de gesso. Os pobres da região também eram utentes, sob autorização dos antigos proprietários, conferindo o aspeto popular a estes banhos, atualmente degradados.
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