A artista de 30 anos, que é natural do Porto, desde pequena que passa férias em São Martinho. “Toda a vida passei férias nesta vila e apesar de ser só durante o verão ganhei um grande afeto pela localidade e pelas pessoas daqui”, sublinhou a cantora, que apesar de todo o seu “percurso científico ter sido lá fora”, sempre que tem oportunidade desloca-se à vila para “matar saudades dos tempos de infância”.
Aos 18 anos mudou-se para Londres para se licenciar em Farmacologia e mais tarde para Glasgow, na Escócia, para doutorar-se em Neurociências. Foi ali que conseguiu ultrapassar “o medo de cantar em palco”.
“Em Glasgow frequentei alguns Open Mics (eventos onde o público amador ou profissional pode-se apresentar no palco, geralmente pela primeira vez, ou para promover uma próxima apresentação), sítio esse que eventualmente contribuiu para eu perder o medo de cantar em público”, contou Mariana Arroja, que em dezembro de 2018 foi convidada para dar o seu primeiro concerto de fado, no Drake Bar.
O projeto começou assim a “ganhar magnitude”, tocando todos os meses em vários sítios, nomeadamente no festival de música Celtic Connections, até que veio a pandemia em março deste ano e “decidi regressar a Portugal”.
Atualmente a jovem divide o seu tempo entre os seus “dois grandes amores”, a música e a ciência. “Durante a semana dedico-me a apoiar empresas farmacêuticas no desenvolvimento de medicamentos, e ao fim-de-semana dedico-me à música, onde posso expor o meu lado mais vulnerável”, confessou, adiantando que o facto de estar a trabalhar como freelancer permitiu-lhe ter mais liberdade para compor melodias, bem como terminar a música original “São Martinho”.
“A música já estava na cabeça desde 2018”
Esta melodia, que teve início há dois anos, mas que só em abril deste ano ficou concluída, é “a minha dedicatória/homenagem à vila de São Martinho do Porto”, frisou Mariana Arroja, que escreve e compõe as suas próprias músicas. Para este projeto também contribuiu o facto de o seu pai ter conseguido recuperar de uma doença.
“A música já estava na cabeça desde 2018, mas entretanto o ano passado o meu pai fica muito doente, e então eu resolvi terminar a canção São Martinho, a qual já andava a ter ideias de lhe oferecer como prenda de recuperação”, explicou, adiantando que a melodia, além de exemplificar “todo o carinho que temos pela vila também mostra o que é o verão em família na vila”.
Com letra inspirada na relação com o seu pai, Mariana Arroja decidiu avançar com a edição do seu primeiro single, contando com a ajuda de Samuele Sorana, guitarrista jazz, e Simon Doherty, da Infinity Bus Studio.
Além de compor toda a melodia e letra, a jovem também criou “todo o conceito do videoclipe”, que foi filmado e editado por Tobias Ilsanker neste verão e que retrata todos “os sítios da minha infância, sendo o túnel e o farol os mais emblemáticos”.
Apesar de saber que não é a melhor altura para se lançar no meio musical, a jovem fez questão de editar na mesma a canção. “Não fiz a música com esse intuito. Fiz pelo amor ao local e pela dedicatória à família”, sustentou a artista.
A música, que estará disponível a partir do dia 11 de novembro nas suas redes sociais e no canal de Youtube, é “o meu primeiro grande single a solo”.
Para Mariana Arroja, “tudo isto é muito recente, eu sou cientista e não artista”, por isso, “procuro sempre conhecer outras culturas e sons, sendo o fado uma grande influência para mim”. “Não cresci a ouvir fado, foi algo que sempre procurei saber um pouco mais, e quando se está lá fora tem-se a tendência ouvir um pouco mais do que é português”, esclareceu a artista, que se caracteriza por cantar um fado diferente do tradicional.
Além deste single, Mariana Arroja também está neste momento a colaborar noutro projeto de originais.
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