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Barbearias caldenses reabriram com “agendas cheias de marcações”

Mariana Martinho

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Não foram só os cabeleireiros e os institutos de beleza que reabriram portas, na semana passada, após o fim do estado de emergência no país. Os barbeiros também voltaram ao serviço, mas com um conjunto de regras, entre elas, a utilização de máscaras, óculos de proteção ou viseiras, tanto pelos profissionais como pelos clientes, bem como trabalhar apenas por marcação. Apesar das mudanças, a maioria dos barbeiros caldenses confessa que teve uma semana “cheia de marcações”.
Paula Martins tem o seu espaço aberto na galeria comercial que fica próximo do Chafariz das Cinco Bicas

Encerradas há mais de um mês, as barbearias reabriram com base nas normas oficiais exigidas pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), que resultam de um protocolo de cooperação assinado entre a DGS e a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP). Aos profissionais é exigida uma gestão apertada dos espaços, limitados a metade da lotação, desinfeção permanente de superfícies e uso de materiais de proteção, entre outras medidas, que visaram a readaptação dos seus estabelecimentos. É o caso de Paula Martins, que é barbeira há 25 anos.

Com o seu espaço aberto há um ano e meio na galeria comercial que fica próximo do Chafariz das Cinco Bicas, a cabeleireira caldense conta que “clientes não faltavam”. Além dos clientes que a acompanham ao longo de 25 anos, Paula Martins também estava numa fase de angariação de novos.

“Felizmente a atividade estava a correr muito bem, antes da pandemia”, sublinhou a barbeira. “Como os salões foram considerados não essenciais tivemos que fechar as portas, e durante esse mês e meio, o rendimento foi zero, o que também trouxe alguma preocupação, pois as contas tinham de se pagar na mesma”, frisou.

Agora, e com um ânimo totalmente diferente, a cabeleireira retomou ao serviço na sua barbearia clássica, que “não tem parado de receber clientes”.

“Desde que abri portas tem sido um caos, quase que não tenho tempo para almoçar”, confessou Paula Martins, adiantando que “o corte de cabelo já não é visto como uma vaidade, mas sim, uma necessidade”.

Além do uso de máscara ou viseira obrigatório tanto para clientes, como funcionários, a barbeira de homens exige que a clientela respeite e cumpra outras normas, como o facto de ser só permitida a entrada de apenas um cliente de cada vez, a desinfeção das mãos com álcool/gel à entrada e saída do salão disponibilizado por este, a colocação das malas e pertences de cada cliente dentro de um saco disponibilizado pelo salão. Toalhas e penteadores são lavados a temperaturas superiores a 60°C. Entre clientes, os penteadores são trocados e o espaço é todo desinfetado, bem como os utensílios.

O salão também deixou de disponibilizar jornais, para evitar manuseamentos partilhados e para facilitar os procedimentos de higienização de todo o espaço.

No que diz respeito ao horário, Paula Martins optou por mudar a hora de abertura, abrindo às 10h00 e encerrando quando não tem mais clientes.

Apesar de ser “uma nova rotina”, aprendeu a cortar cabelos com máscaras.

“Tudo isto é um custo acrescido à nossa profissão”

Quem também teve a agenda preenchida com marcações durante a primeira semana de desconfinamento social foi o barbeiro Amândio Luiz, que teve de encerrar portas pouco depois de ter inaugurado a Excalibur Barber Shop. “Inaugurei o espaço dia 10 de março e passados seis dias tive que fechar”, referiu o barbeiro, que se dedica há três anos à área.

Com o espaço aberto na Praceta António Montez nº 4B, o profissional, juntamente com a sua esposa, Carina Luiz, procurou introduzir um “conceito diferente daquele que já existia na cidade”. “Não sou um barbeiro de 15 minutos ou de meia hora, sou do tempo necessário para o serviço do cliente estar impecável”, sublinhou Amândio Luiz, adiantando que “aqui o cliente vem, senta-se e relaxa”.

Na Excalibur Barber Shop, o barbeiro procura oferecer muito mais do que um simples corte de cabelo ou de barba. “Aqui realizamos um tratamento completo aos homens”, desde a manicura à pedicura, limpeza de pele, esfoliação, entre outros serviços. Contudo, este “sonho” teve ser interrompido durante um mês e meio, o que veio “prejudicar bastante o negócio”.

A par disso, o reforço no equipamento de segurança e em produtos para desinfeção dos instrumentos de corte também trouxe custos acrescidos às despesas que o responsável já tinha com o espaço. “Desde as toalhas descartáveis ao gel desinfetante, bem como as máscaras descartáveis para os clientes, tudo isso é um custo acrescido à nossa profissão, que nós não podemos cobrar aos clientes, o que faz com que seja um bocadinho mais complicado”, lamentou o barbeiro, que também teve de alterar a disposição da barber shop para a reabertura,

Além de ter colocado pelicula aderente nas cadeiras, que troca entre os clientes, Amândio Luiz também procurou passar o espaço da estética para a zona de baixo da barbearia, de modo, a evitar o cruzamento entre clientes.

Todos os serviços são feitos por marcação prévia, e os clientes são obrigados a ir de máscara, e desinfetar as mãos à entrada e à saída do estabelecimento. Também atende um cliente de cada vez e os materiais usados são todos descartáveis.

“Trabalho com cuidado redobrado e a um metro de distância do cliente”, indicou Amândio Luiz, que desde o passado dia 1 não para de receber chamadas para marcações.

“Lucky Anchor” não tem parado

A barbearia clássica “Lucky Anchor”, que recupera o estilo das antigas barbearias americanas, reabriu na semana passada, ao contrário das restantes com o horário “mais reduzido”, funcionando assim apenas durante o período da tarde.

Este espaço, que enaltece a clássica barbearia de antigamente, onde a barba era feita na navalha e os cortes eram mais detalhados, funciona na Rua Doutor Leonel Sotto Mayor (nº 23 E), e clientes não lhe faltavam. “Felizmente, a barbearia tinha um bom número de clientes por dia, o que fez com negócio estivesse a correr bem”, disse o proprietário Diogo Cunha, que há três anos decidiu abrir o seu próprio negócio em Caldas da Rainha. Mas com este encerramento temporário, o número de marcações “desceu um bocado”, mas é “natural, visto que tive de reduzir o horário para estar com os meus dois filhos”.

A “Lucky Anchor” encerrou portas dia 13 de março e até à passada segunda-feira Diogo Cunha nunca mais pegou numa tesoura, apesar de ter recebido alguns telefonemas de pessoas a pedirem ajuda, “nem que fosse ao domicílio”. “Não faz sentido ir a casa dos clientes ou eles virem cá a casa em tempo de isolamento”, contou.

Com portas abertas, a “Lucky Anchor” não tem parado, estando “sempre com marcações”. No dia 2 de maio, “assim que anunciei que voltava a abrir, no espaço de uma hora enchia a agenda de marcações para o resto da semana”.

O responsável teve de “introduzir uma logística diferente” e “algumas normas de segurança”, como funcionamento através de marcação prévia, o uso obrigatório de máscara, a proibição de acompanhantes, a chegada do cliente à hora marcada, entre outras. Além disso implementou o sistema de desinfeção das cadeiras e superfícies, e ainda a troca de penteadores entre clientes, que são “todos os dias lavados a 60ºC”. No que diz respeito ao material, Diogo Cunha já tinha o hábito de desinfetar tudo o que não fosse descartável, usando o jarro com o líquido desinfetante concentrado Barbicide.

“Neste momento, a principal diferença é que antes atendia dois clientes numa hora, e agora só vou conseguir tratar de uma pessoa no mesmo período, porque preciso de tempo para desinfetar tudo antes de receber a próxima”, revelou o responsável, que também pensou aumentar os preços, devido às mudanças que teve de implementar na loja. Mas para já “ficam iguais”.

Apesar dos primeiros dias terem sido difíceis, Diogo Cunha neste momento já tem tudo interiorizado e as novas regras passaram a ser rotina.

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