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“Uma SMS para Antígona” – filme realizado por caldense com apresentação no CCC

Francisco Gomes

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O filme “Uma SMS para Antígona”, rodado nas Caldas da Rainha, realizado por Miguel Costa e escrito por Fernando Mora Ramos, vai ser apresentado ao público no dia 27 de setembro, às 21h30, no CCC das Caldas da Rainha, com entrada gratuita.
Cena gravada na Lagoa de Óbidos

Este trabalho de média-metragem tem a duração de 20 minutos e vai ter nesta ocasião a sua primeira projeção pública, sendo até ao final do ano exibido na RTP2. Em meados de 2017, o realizador caldense Miguel Costa estava a preparar a adaptação para cinema do conto “Madalena”, de Miguel Torga, onde iria contar com o ator Fernando Mora Ramos a interpretar a personagem do avô almocreve. Apesar de o projecto se encontrar então já na fase final da pré-produção, com o guião escrito, apoios garantidos e elenco, questões relacionadas com os direitos autorais acabaram por torná-lo inviável. Na sequência desta cessação, o realizador pediu ao também encenador Fernando Mora Ramos que lhe escrevesse um pequeno guião para realizar, e daí surgiu “Uma SMS para Antígona”. Miguel Costa aborda cinematograficamente um texto escrito por um homem do teatro. Este filme foi todo rodado no concelho das Caldas da Rainha durante oito dias, na última semana de agosto e na primeira de setembro de 2018. A Praça da República, Largo da Copa, o exterior do Palácio do Museu do Hospital e das Caldas, o Parque D. Carlos I, a antiga lavandaria do hospital, o espaço Olha-Te, o supermercado Auchan e a Lagoa de Óbidos, foram os locais escolhidos como décor natural para a rodagem deste filme. O romantismo ancestral patente na arquitetura da cidade das Caldas da Rainha, aqui retratada e usada como cenário, funciona como parte integrante da narrativa, complementando o universo onírico e idealista de Maria, a personagem principal, em contraste com a frieza e fealdade do ambiente capitalista e competitivo de cariz económico, patente no supermercado onde trabalha. A Lagoa de Óbidos funciona como um local limbo entre a realidade e o sonho. O vidro/espelho criado pela lagoa parece separar os dois mundos – espiritual e mundano/ real. A calçada portuguesa do final do século XIX que pavimenta o tabuleiro central da Praça da República serve de pano de fundo para a abertura do filme, onde um vagabundo cantor, que funciona aqui como metáfora para o artista livre, encontra no chão pisado e ignorado por milhares de pessoas há pouco mais de um século, uma moeda, a sua fonte de alegria. Maria é aluna de teatro e quer ser atriz. Não tem meios para sustentar o desejo, trabalha num supermercado uma parte do dia e na outra ensaia “Antígona”, de Sófocles. E, de repente, há uma sobreposição de problemas: se na ficção a questão de uma sepultura digna para o irmão é o cerne da peça, o que a leva ao confronto directo com Creonte, poder no supermercado, direitos elementares são-lhe negados: não a deixam interromper a laboração e ir à casa de banho. O confronto com o chefe de turno é inevitável. Maria entretanto namora, terceiro modo de ocupação do seu dia-a-dia. E engravida. De repente fica para trás a profissão para ganhar a vida e o sonho de ser atriz. E o pai da criança também desandou. Uma nova vida vem aí, uma vida nova também. “Uma SMS para Antígona” funcionou com um elemento aglutinador de diferentes pessoas ligadas ao teatro e ao cinema, que ou nasceram nas Caldas, ou se encontram há muito ligadas à produção artística desta cidade. O papel de Maria ficou a cargo da atriz Marta Taveira, que estava também envolvida no projecto ”Madalena”, de Miguel Costa, e que em “SMS” tenta vencer a crueza do pragmatismo de uma sociedade insensível aos dramas e necessidades pessoais. Fernando Mora Ramos interpreta o encenador. Homem experiente, desiludido mas resiliente, como manda a profissão. A atriz Isabel Lopes representa a mãe de Maria, conhecedora dos perigos do mundo, que tenta trazer a filha à razão, alertando-a de forma pragmática para os mesmos. José, o namorado de Maria, é interpretado por Fábio Costa. Não é mau rapaz mas, quando pressionado, foge da responsabilidade. O chefe do supermercado, desculpando-se com entidades superiores (abstratas), cumpre a função de pequeno ditador e é interpretado por Nuno Machado. Mariana Guarda representa a amiga de Maria, que em caso de dúvida está sempre a favor da engrenagem da sociedade. Entram ainda Sofia Marques como a bebé filha de Maria e José, Joana Lamarque como Ismena, Tito em cameo, e o coro formado por António Vicente, Filipe Ferreira, Manuel Gil, Virgílio Pimenta e Vítor Duarte. A caraterização e o guarda-roupa do coro ficaram a cargo de Inês Fouto e Edite Norte. O Município das Caldas da Rainha apoia esta película.

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