Q

Previsão do tempo

9° C
  • Sunday 13° C
  • Monday 16° C
  • Tuesday 17° C
9° C
  • Sunday 13° C
  • Monday 16° C
  • Tuesday 17° C
8° C
  • Sunday 13° C
  • Monday 17° C
  • Tuesday 18° C
Escaparate

A Linha do Oeste: Décadas de agonia

Rui Calisto

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
Um artigo de Leonel Fadigas no dia 12 de fevereiro de 1982, sobre a Linha do Oeste, mostra-nos que, há muitos anos, esse lineamento do caminho-de-ferro português vem sendo alvo de continuado descaso, e que alguns setores da sociedade vêm, desde longe, a bradar pela necessidade de o recuperar.
Rui Calisto

Entra Governo, sai Governo, independente da cor política, a pouca vergonha é mantida.

No texto em questão, o autor manifestou-se acerca de uma intervenção de um deputado, efetuada no hemiciclo da Assembleia da República. O que mais chama a atenção nesse discurso são algumas passagens completamente atuais, entre elas cito: “O que acabo de descrever, na frieza das coisas banais e conhecidas, não mereceria recordação nesta Assembleia, não fora o facto de a Linha do Oeste ser, para a CP e para o Governo, uma linha enjeitada. É que, senhor presidente e senhores deputados, a Linha do Oeste, talvez por efeito do nome, é uma linha sem lei, abandonada a desvarios constantes, – a supressão de comboios é coisa vulgar – é mau e merecedor das reclamações constantes de quem a utiliza, ainda que a contragosto. São carruagens velhas e maltratadas, com vidros tão cobertos de sujidade que os estores são dispensáveis; são horários que se não cumprem; lotações que, de tão excedidas, se não sabem hoje quais são…”.

Trinta e sete anos depois da publicação dessas palavras, a Linha do Oeste continua a agonizar. Os lobbies, contra esse trecho ferroviário, são muitos e poderosos, e trabalham sistematicamente pela sua destruição.

A cada eleição autárquica um dos temas de/para “salvação urgente” é a Linha do Oeste, porém, naturalmente, nada acontece findo o pleito, pois, não são os presidentes de Câmara que podem mudar alguma coisa, também não são os deputados que estão na Assembleia da República. A questão é outra, e está relacionada com um poder económico que está muito acima da política.

A política monetária, que deveria atuar em conformidade com uma série de ações governamentais, delineadas para alcançar prefixados objetivos de acordo com a situação financeira portuguesa – e, obviamente, norteada pelo Governo, pelo Parlamento e pelo Banco de Portugal -, é achatada pelo poder económico, que controla a sociedade e os políticos que estão em áreas de decisão.

Uma coisa é a Democracia política, outra a Democracia económica e social. A defesa da primeira deve ser o baluarte de qualquer cidadão; pelo controlo da segunda, bate-se (e ganha) diariamente o monstro manipulador do poder económico.

A Linha do Oeste, amplamente dominada por interesses escusos, vai atravessando gerações, cada vez mais na sombra, no descaso, no abandono. Inclusive, a comunicação social que nos entra em casa todos os dias, em forma de telejornal, raramente debate, ou permite o debate desse assunto. E, isso porquê? Porque é subjugada pela mão invisível desse poderio económico.

A Linha do Oeste caiu numa perversa cilada, e a maioria da população, das regiões abrangidas por esse ramal ferroviário, está alienada e dormente, sem forças para levantar uma forte e concisa defesa. Nós, as marionetas do tempo atual, manipuladas pelos interesses financeiros, não conseguimos perceber o que de melhor nos tiram.

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Artigos Relacionados

Inaugurado memorial em homenagem aos presos políticos bombarralenses

No 50.º aniversário do 25 de abril, o Município do Bombarral homenageou os presos políticos bombarralenses com a inauguração de um memorial. Instalado no Largo 25 de abril, no centro da vila, conta com o nome de todos os bombarralenses que, durante a ditadura, foram privados da liberdade. O memorial pretende perpetuar no tempo a memória e coragem destes 28 bombarralenses.

memorial

Apanhados com mais de mil doses de haxixe

Um casal jovem foi apanhado com mais de mil doses de haxixe no concelho das Caldas da Rainha pelo Núcleo de Investigação Criminal da GNR, no passado dia 24, tendo sido constituído arguido por tráfico de estupefacientes.

haxixe

Crianças celebraram o 25 de Abril na Foz do Arelho

A Escola Básica e o Jardim de Infância da Foz do Arelho comemoraram o Dia da Liberdade no dia 24 de abril, no centro da vila, com o mote "Em busca do tesouro da liberdade...tecendo sorrisos". Os alunos, professoras e funcionárias uniram-se numa manifestação cultural, levando música e canções à rua, recordando a Revolução dos Cravos e os ideais de liberdade e democracia que ela representa.

foz1