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Projeto Caldas Cidade Cerâmica com mais de um milhão de euros de investimentos

Marlene Sousa

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O Projeto Caldas Cidade Cerâmica vai promover um conjunto de iniciativas até 2020, com um orçamento de global de um milhão e cem mil euros, para que Caldas da Rainha seja “mais conhecida e atrativa através da cerâmica”, disse o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, acrescentando que a “experiência e as realizações acumuladas deverão conduzir à apresentação, em 2020, de uma candidatura ao título cidade criativa reconhecida pela Unesco”.
Conferência de apresentação do projeto na Câmara Municipal

Segundo o autarca, o programa vai envolver todos os tipos e dimensões da produção cerâmica, industrial e artesanal, utilitária, decorativa e artística e prestará uma especial atenção às diversas modalidades da presença da cerâmica no espaço público.

“Pegar naquilo que é a nossa origem e recriá-la de forma a que possa dar um elemento de contributo à região e ao país, afirmando as Caldas através desses elementos é algo que é decisivo”, adiantou o presidente da autarquia.

O projeto, coordenado por João Bonifácio Serra e apresentado à comunicação social na segunda-feira, iniciará este ano com a Festa da Cerâmica – Caldas 2016, sendo composto por um conjunto de 34 ações que “representa um esforço significativo nos domínios da produção de conteúdos, da comunicação e da gestão cultural”.

Este trabalho, tanto ao nível do planeamento e da constituição de equipas, da identificação de parcerias, como ao nível da seleção e organização de projetos, iniciou-se em 2015, mas só este ano terá ações visíveis para o público, como exposições internacionais, conferências, workshops, investigações e edição de publicações (como livros, revistas ou cronologias) ligadas à cerâmica.

O programa de 2016, que implica um investimento de 270 mil euros, tem várias iniciativas que vão decorrer entre maio e o final do ano, envolvendo vários parceiros como o Património Histórico, Escola Rafael Bordalo Pinheiro, Centro de Artes, Centro Cultural e de Congressos, Cencal, Associação Comercial, Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, museus (Malhoa e de Cerâmica), UniãodeFreguesiasdas Caldas da Rainha – Nossa Sra. do Pópulo, Coto e São Gregório, Fábrica Molde, Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, e o colecionador particular João Maria Ferreira.

A Escola Superior de Artes e Design será este ano a escola convidada, sendo responsável por duas das exposições, uma de trabalhos de antigos alunos dos últimos quinze anos e outra de práticas pedagógicas. A ESAD.CR será ainda responsável em maio por um trabalho de aplicação de azulejaria de empenas numa zona da Praça da República.

Segundo, o autarca “não é possível neste momento estimar com rigor as receitas diretas que estas ações poderão gerar, tanto pelo lado do mecenato, patrocínios, merchandising, como pelo lado das vendas de livros”.

Tinta Ferreira revelou ainda que a autarquia pretende candidatar-se a fundos comunitários para comparticipar o investimento, nomeadamente “através do recurso ao Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), que prevê a aquisição de dois edifícios, um no Largo de João de Deus e outro junto à Praça da Fruta, para acolher artistas, produção ao vivo e venda de peças”.

Ferreira da Silva é um dos nomes evocados na Festa da Cerâmica

A iniciativa visa “afirmar a singularidade das Caldas da Rainha como um dos centros de produção cerâmica mais antigos”, disse o comissário do projeto, João Bonifácio Serra. “A festa terá realização anual, mas com diferentes programações nos anos ímpares e nos anos pares”, explicou o coordenador do projeto, revelando que uma das primeiras iniciativas será a evocação e homenagem a Rafael Salinas Calado, especialista de história da cerâmica, tendo sido o primeiro comissário da Festa da Cerâmica 2007. O programa evocativo deverá implicar as instituições a que esteve ligado, designadamente os Museus de Arte Antiga, do Azulejo, de José Malhoa e o Cencal.

Ferreira da Silva, ceramista falecido na passada semana e que deixou uma vasta obra ligada à cidade, é um dos nomes evocados na primeira edição do certame. Haverá um centro de documentação Ferreira da Silva, um roteiro artístico que incide na sua obra pública nas Caldas e um vídeo em sua homenagem.

Uma revista de cerâmica, cuja coordenação editorial e técnica será assegurada por docentes do Curso de Cerâmica e Vidro da ESAD.CR, é outra iniciativa do projeto.

A iniciativa visa também a Cronologia Cerâmica das Caldas no século XX, um projeto que visa constituir e publicar uma cronologia da cerâmica caldense do século passado, tendo como base a imprensa e a atividade registada de instituições nos arquivos disponíveis. O projeto está incluído no protocolo entre a Câmara Municipal das Caldas da Rainha e o Património Histórico.

A coleção de cerâmica adquirida pelo município à fábrica Molde, uma coleção particular de João Maria Ferreira e projetos de design contemporâneo de cerâmica completam o programa de grandes mostras a decorrer entre julho e setembro.

Há também uma “open call” – iniciativa em que ceramistas de todo o país podem candidatar projetos para serem realizados (nos anos ímpares) -, a abertura de uma loja do ceramista, residências para ceramistas e o lançamento da primeira edição das Olimpíadas de Cerâmica, abertas a escolas de todo o país.

Criações gastronómicas que explorem a relação entre gastronomia e cerâmica com a colaboração da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste também fazem parte do programa da Festa da Cerâmica.

No final do projeto “será feito um balanço e discutidos os moldes em que deverá continuar”, afirmou o coordenador do projeto, estimando que então “tenham sido realizadas muitas ações que sustentem a candidatura a Cidade Criativa” da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), dossiê que está já a ser preparado pela autarquia.

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