Manuel Nunes, do PS, manifestou que “é uma repetição do que tem acontecido nos outros anos, as campanhas eleitorais nunca esclarecem corretamente as pessoas e acaba por não se discutir o que é fundamental para o país, mas sim questões pessoais, e quando se fala do interesse nacional as pessoas não entendem”.
“No Diário de Notícias vem uma entrevista a três alunos de nota de 20 valores no exame nacional que entraram no ensino superior que iam votar pela primeira vez, sobre o que achavam sobre a campanha eleitoral. Não achavam nada, mas diziam que iam ter maior preocupação para decidir”, comentou.
Quanto às sondagens, reconheceu que “há uma penalização do PS, que é sinal que as pessoas não estão a receber a mensagem, quando o Governo nunca imaginava que tivesse os resultados que tem”.
Emanuel Pontes, do MVC, lamentou que os movimentos não se possam candidatar à Assembleia da República. “Tanto o PSD, PS e CDS criam manobras de diversão sobre quem é que pôs a Troika em Portugal e sobre o número de desempregados. Não se tem esclarecido o povo”, sustentou.
“Não há novidades nesta campanha” afirmou, considerando que as sondagens “não surpreendem porque o povo quer castigar um pouco o PS, porque o António Costa não se conseguiu descolar das raízes, mas apesar de tudo as pessoas estão desagradadas com a governação PSD/CDS”.
Alexandre Cunha, do BE, acha que a campanha tem corrido “bastante bem” para o seu partido. “O PS tem perdido vantagem à conta da campanha”, sustentou. Mas mais do que as sondagens, “vai ser interessante é ver os resultados”. ”As sondagens são mais desinformação do que informação. Pecam na antecipação, mas pode ser incentivo para as pessoas irem votar”, sublinhou. “Acho que o PCP vai eleger mais deputados. O BE tenho dúvidas, mas as sondagens são dúbias”, admitiu.
José Carlos Faria, da CDU, acha que o tratamento da campanha pela comunicação social “tem-se centrado mais na fulanização, tratando as personalidades quase como vedetas, e menos no aprofundamento do debate político”. “É um show-off, onde a campanha é espetacularizada”, vincou.
“Há um mito que tem de ser denunciado. Isto não são eleições para eleger um Primeiro-Ministro, mas sim 230 deputados, só que dá muito jeito para justificar a redução de debates e bipolarizar os debates nas figuras de Passos Coelho e António Costa”, declarou.
“As sondagens são à medida dos interesses. Estão descredibilizadas”, manifestou. “Aparecem no mesmo dia coisas completamente díspares”, fez notar.
“Os debates têm sido uma nuvem. Plafonamentos horizontais e verificais, condições de recursos…as pessoas percebem?”, questionou.
Rui Gonçalves, do CDS, disse que “os debatem valem o que valem”. Sobre as sondagens, comentou que “há ano e meio, também pelas sondagens, ninguém imaginava que a coligação pudesse disputar a vitória, porque António Costa ia ganhar à vontade”. O que interessa, na sua opinião, “é que os portugueses não andam todos a dormir e não vale a pena atirar areia aos olhos das pessoas”.
“Temos duas candidatas [no distrito, Teresa Morais e Assunção Cristas] que são governantes, que fizeram quatro anos de mandato impecáveis, por isso é que as pessoas vão votar nelas”, expressou.
Sobre as sondagens, João Frade, do PSD, acha que pessoas “estão a receber a mensagem, porque apesar do Governo não ter sabido comunicar as pessoas perceberam muito bem quem foram os responsáveis pelo país estar neste estado”.
“O grande problema nas sondagens é que os pequenos partidos são um pouco menorizados e depois a maneira como se faz a distribuição dos indecisos, mas várias sondagens estão a apontar no mesmo sentido – a vitória da coligação”, declarou.
“Muitas vezes os candidatos querem transmitir a mensagem, mas os jornalistas só pegam nos fait-divers”, argumentou ainda.
Francisco Gomes
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