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Programa de promoção ambiental vai criar melhores condições para visitar o Paul de Tornada

Francisco Gomes

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Um programa de promoção do valor ambiental dos espaços florestais vai permitir dar melhores condições de visitação e usufruto do Paul de Tornada, a cinco quilómetros da cidade das Caldas da Rainha, uma importante zona húmida para a avi-fauna.
Sessão comemorativa do 4º aniversário da reserva

Uma candidatura ao Programa PRODER, no valor de cem mil euros, tem como objetivo a defesa da reseva natural, a valorização do sistema ecológico envolvente e a criação de infraestruturas de apoio, segundo foi anunciado no passado dia 2, quando se realizou no Centro Ecológico Educativo do Paul de Tornada a cerimónia do quarto aniversário da criação da reserva natural local.

De acordo com Paula Almeida, técnica da Câmara Municipal, procura-se “estabilizar a área, intervir nas zonas limítrofes e diminuir os custos de manutenção. A intervenção, manual, moto-manual e mecanizada, vai desbravar caminho e eliminar o que não interessa para potenciar o desenvolvimento das espécies, nunca mexendo na estrutura do solo, apenas na vegetação, tirando resíduos e ramos caídos na linha de água”.

Será construído um percurso circular à volta da reserva para os visitantes e observatórios de aves para crianças, onde poderão existir aulas, e para um público mais especializado, como estudiosos ou fotógrafos.

“O Paul de Tornada é um exemplo claro de cidadania e ambiente. Foi um grupo de cidadãos que, consciente da importância ambiental e riscos que esta zona corre, que criou uma associação de defesa”, disse o secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, que é associado das entidades que gerem o espaço – a PATO e o GEOTA.

“Não é só uma forma de assegurar a biodiversidade, ser um oásis urbano, de estimular a educação ambiental, é uma forma de controlo e depuração da poluição e um fator de diferenciação entre as regiões, numa altura em que há concorrência entre elas, pode incentivar mais investimento, mais procura de turistas e habitantes, sendo um fator de valorização do concelho, com benefícios ambientais e económicos”, manifestou o secretário de Estado, natural das Caldas da Rainha.

O membro do Governo felicitou o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) e a Associação de Defesa do Paul de Tornada (PATO) pelos quatro anos da criação da reserva local. Elogiou igualmente a câmara e o instituto de conservação da natureza por prestarem apoio.

O ambiente é uma área que tem dado emprego a muitos portugueses, estimando-se que atualmente 160 mil pessoas tenham trabalho direto no setor, revelou Paulo Lemos, apontando que “1,3 por cento da população – cerca de 160 mil pessoas – trabalham na área do ambiente, seja em resíduos, água, energias renováveis e outras, o que é significativo”.

Para além do valor que gera para a economia, esta “área em desenvolvimento” faz com que haja “uma maior consciência para a importância da conservação da natureza”, sublinhou.

O secretário de Estado revelou que 22 por cento do território nacional está coberto por áreas protegidas ou por zonas de Rede Natura 2000 ou de Diretivas Comunitárias Aves e Habitats, sustentando que “neste momento Portugal não se envergonha dos seus parâmetros ambientais”.

Paulo Lemos anunciou que, no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio, as secretarias de Estado do Ambiente e da Educação, em conjunto com organizações não governamentais, estão a estudar a afetação de professores para promover educação ambiental.

Na sessão de abertura, Ernesto Leite, presidente da PATO, manifestou esperar tornar “o espaço mais dinâmico e mais pedagógico”.

Helder Careto, representante do GEOTA, recordou que o percurso de proteção do Paul de Tornada “não tem sido fácil”, indicando que “durante os primeiros dez anos, a câmara esteve pouco presente neste espaço, muito menos do que agora, e ainda hoje são as associações GEOTA e PATO que asseguram as despesas com sacrifício”.

Maria de Jesus Fernandes, diretora do departamento de Conservação da Natureza e Florestas da Região de Lisboa e Vale do Tejo, que foi presidente da PATO, disse que “a Câmara foi sempre parceira, umas vezes forma mais ativa e atuante e outras menos”.

Tinta Ferreira, presidente em exercício da Câmara das Caldas, reconheceu que “o ambiente era até há pouco tempo uma matéria para qual as câmaras não estavam despertas nem motivadas, e ainda não está devidamente consagrada nas competências dos municípios”.

“Passámos também a assumir algumas responsabilidades de despesas de funcionamento, nomeadamente na renda, porque é um espaço particular”, adiantou.

Antes da visita guiada à área da Reserva Natural Local do Paul de Tornada, Vítor Encarnação, do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, fez uma apresentação sobre Monitorização de Espécies do Paul de Tornada e Formação em Anilhagem de aves entre 1998 e 2003. Seguiu-se um Porto de Honra servido pela Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste.

O Paul de Tornada situa-se a cinco quilómetros da cidade das Caldas da Rainha, junto a Tornada. Possui uma área aproximada de 50 hectares, 25 dos quais correspondem à zona permanentemente alagada.

Foram até ao momento inventariadas mais de 180 espécies de aves. Para além das espécies residentes, como o pato real ou rouxinol bravo, o Paul de Tornada assume uma especial importância para as espécies migradoras, quer como ponto de paragem quer como local de reprodução.

Existem no Paul diversas espécies de répteis, como o lagarto de água, o cágado vulgar e o cágado de carapaça estriada. Algumas espécies de mamíferos encontram-se também no Paul.

Descrição das ações a executar

As ações a executar dividem-se em dois tipos: controlo de vegetação e construção de infraestruturas de apoio ao lazer e fruição social ambientalmente sustentável da área a intervir.

Será aplicada uma técnica de intervenção seletiva (mínima e cirúrgica), que procura valorizar a formação vegetal inicial tirando partindo do seu enorme potencial ecológico e ambiental, intervindo apenas no essencial e evitando ao máximo destruir o frágil equilíbrio ecológico destes locais.

Com a 1ª fase, é feita uma primeira passagem em que se procura eliminar a vegetação sem interesse ecológico, preservando o máximo de plantas. Após a 1º passagem com moto-roçadora, e já com o espaço aberto, propõe-se uma 2ª passagem com moto-serra e/ou podões para cortar ramos secos árvores caídas e desbastar algumas toiças de árvores e arbustos.

A lenha proveniente desta intervenção deverá ser torada e empilhada no exterior da mata para ser removida pelos proprietários, e quanto aos ramos finos serão triturados com uma 3ª passagem de moto-roçadora, para diminuir o risco de incêndio.

Esta intervenção abre o caminho para outro tipo de ações mais específicas e também essenciais para a revitalização ecológica e funcional dos locais intervencionados como seja desassoreamento pontual de alguns troços do Rio, recuperação de alguns açudes e levadas de forma a aumentar o volume de água retido no sistema ecológico do vale, instalação de percursos.

Será integrado em locais previamente estabelecidos, que não põe em causa a conservação de zonas de nidificação e demais áreas sensíveis para a avifauna, um conjunto de infraestruturas que permitirá o acesso, circulação e observação de aves na zona envolvente ao Paul.

Serão instalados três tipos de equipamentos (estruturas de madeira): Um observatório de aves – grande; Um observatório de aves – pequeno; Passadiço de 48,90 m2.

Francisco Gomes

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