O Tribunal do Bombarral decretou no passado sábado prisão preventiva para os quatro indivíduos detidos quinta-feira pela PSP das Caldas e pela PJ de Leiria, acusados da prática de vários crimes de contrafação de cartões de crédito. “Os quatro indivíduos não têm residência oficial em Portugal e o tribunal considerou especialmente o perigo de fuga e continuação da actividade criminosa”, disse Carlos do Carmo, coordenador da Polícia Judiciária de Leiria. De acordo com a mesma fonte, os quatro detidos são “suspeitos de pertencerem a uma estrutura organizada” que se dedica à clonagem de cartões de crédito na América do Norte e “posteriormente enviados para serem usados em vários países”. Os homens foram detidos pelo Departamento de Investigação Criminal de Leiria, com a colaboração da PSP de Caldas da Rainha, e já “vinham desde Vigo (Espanha) e várias cidades do país com o mesmo tipo de actuação”, afirmou Carlos do Carmo. Os arguidos foram localizados numa loja de telemóveis nas Caldas da Rainha “quando procediam à aquisição de mercadorias várias de valor elevado, pagando tais aquisições com recurso a cartões de crédito que continham, contudo, outros dados bancários nas respectivas bandas magnéticas, entretanto copiadas na América do Norte”, explicou em comunicado a PJ de Leiria. Segundo conseguimos apurar junto da loja onde foi detectada a infracção, os quatro cidadãos romenos vestiam-se bem, com roupa de marca, e esta não era a primeira vez que adquiriam aparelhos no estabelecimento. Esta terá sido, porém, a primeira vez que tiveram problemas para efectuar o pagamento. Quando dois deles se encontravam a efectivar a comprar de dois aparelhos de topo de gama, começaram os problemas. Como o cartão de crédito que apresentaram não funcionou, foram dando outros até esgotarem os cerca de 15 cartões levavam. O pessoal da loja achou estranho tantos cartões e alertou a PSP sem que se apercebessem. Ainda assim os romenos continuaram na loja e ligaram para um terceiro elemento que surgiu com mais cartões, que também não deram para confirmar a compra. A PSP, depois de alertada, terá estado na loja e visualizou todo este processo com elementos da investigação à civil, que seguiram os três romenos até a um quarto que estavam numa viatura de matrícula espanhola, estacionada na zona perto da Escola Técnica e Empresarial do oeste. Ai foi feita uma abordagem por parte dos agentes da PSP das Caldas, movendo um grande aparato, tendo os indivíduos, de 20, 21, 22 e 24 anos sido transportados até à esquadra sem oferecerem qualquer tipo de resistência. Devido à tipologia de crime os estrangeiros foram entregues à PJ de Leiria, que elaborou todo o expediente para ser levado a Tribunal das Caldas na sexta-feira. Pela sua complexidade o processo ficou de ser visto por um juiz de instrução criminal no dia seguinte, passando para o tribunal do Bombarral por ser este que estava de turno no sábado. Aí os quatro indivíduos não falaram mas ouviram o juiz a decretar prisão preventiva. Carlos Barroso