Um idoso de 87 anos vive em “condições precárias, excessivamente desumanas e com uma falta de higiene fora do comum”. O caso de Joaquim Batista, morador na Rua das Oliveirinhas, em Carvalhal, Bombarral, chamou a atenção do socorrista Rogério Correia, que decidiu revelar a situação que presenciou. “Vive entre ratos, aranhas e pulgas, entre quatro paredes de tijolo, onde um cheiro nauseabundo predomina no ar, sem água, sem luz, sem nada. Não queria acreditar, quando, após o levar a esta espécie de casa, e lhe perguntei quem lhe levava o comer, me respondeu que muitos dias não come, porque não se consegue movimentar com dores no corpo”, revelou. “Perguntei-lhe se não tinha apoio domiciliário, e ouvi o que não queria ouvir. Ouvi a sua voz a responder um ‘Não’. Mas não foi um ‘Não’ qualquer, foi um ‘Não’ de revolta, de tristeza, de cansado de sofrimento e de solidão. Um ‘Não” de angústia. Um ‘Não’ que lhe fez correr as lágrimas pelo rosto”, contou Rogério Correia. O socorrista descreve que o idoso “lava o rosto com água da chuva quando chove, enxuga as lágrimas a retalhos de trapos espalhados pelo chão, onde ratazanas e outras espécies fazem ninhos”. “É um ser humano que precisa de ajuda urgentemente devido ao seu estado de saúde e à sua idade”, apela. Francisco Gomes