Estão a ser preparados projectos de videovigilância para as vilas de Óbidos e da Batalha, e para as cidades de Portimão e Albufeira, revelou a secretária de Estado da Administração Interna. Segundo Dalila Araújo, as cidades do Porto, Coimbra e Fátima onde foi instalada a videovigilância estão a registar menos 15 a 20 por cento de casos de criminalidade. “O balanço é para já positivo. No caso de Coimbra e do Porto além da redução dos casos participados e das ocorrências, verificamos que está a haver um aumento de pessoas na rua. Esse é para nós o primeiro sinal de que existe mais segurança”, considerou a secretária de Estado. Relativamente ao santuário de Fátima, onde o sistema de videovigilância funciona há dois anos, Dalila Araújo referiu que as câmaras têm sido importantes não só na “repressão” da criminalidade, como também para aumentar a capacidade de intervenção em casos de emergência médica. Telmo Faria, presidente da Câmara de Óbidos, confirmou que o Município está a desenvolver um projecto de videovigilância para o Centro Histórico e parques de estacionamento com o objectivo de reforçar a segurança dos moradores, turistas e património. “Se há uns anos tivéssemos câmaras instaladas dificilmente alguém tinha colocado uma botija de gás numa fogueira no largo de Santa Maria, por altura do Natal e que só por sorte não provocou danos numa das nossas principais peças patrimoniais”, reforçou o autarca. O presidente da Câmara lembrou que “o país tem vivido um surto de criminalidade em zonas com pessoas e que a nós nos preocupa. Nós atraímos pessoas e onde há pessoas à pequena criminalidade com furtos de esticão, em comércio e nas viaturas. O que queremos é defender os bens, pessoas e proteger o património de Óbidos que é de Portugal”, disse. A área de abrangência e o número e localização das câmaras a instalar está a actualmente a ser estudada pelo comando distrital de Leiria da GNR, para que a autarquia possa avançar com o projecto que terá que ser aprovado pelo Ministério da Administração Interna (MAI) e obter autorização da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD). Recorde-se que a Câmara das Caldas anda há vários meses de volta de um projecto semelhante e que já passou de videovigilância para um contrato de segurança local em detrimento de um projecto de guardas-nocturnos. Contactado o vereador do Comércio e Novas Tecnologias, o autarca mostrou-se surpreendido e vai contactar o Governo no sentido de apurar esta nova abertura, até aqui desconhecida. “Desde que haja da parte do Governo abertura, financiamento e autorizações da CNPD, a Câmara das Caldas volta ao projecto da videovigilância. Vamos contactar o MAI para perceber a nova estratégia do Governo nesta matéria”, disse Hugo Oliveira. O vereador lembrou que este projecto, dos primeiros a ser pedido a nível nacional, juntamente com Lisboa e Porto, passou para o contrato local de segurança e tem andado sob negociação com o Governo Civil de Leiria, o organismo que tem vindo a ser mediador. Agora com esta nova abertura, Caldas da Rainha poderá voltar ao projecto inicial. “Precisamos não esquecer que as ruas onde vão ser colocadas as câmaras, terão apoio dos comerciantes dessas ruas. Temos de pensar no financiamento do projecto”, disse. “Temos estado no Governo Civil a tentar avançar com o contrato local de segurança, mas inicialmente falámos da instalação das câmaras para videovigilância e o Governo não está a comparticipar nenhum destes projectos. Além disso a CNPD tem vindo a chumbar os projectos. Nós voltámos novamente atrás neste projecto e estamos novamente na fase do diagnóstico, mas se o Governo voltar a indicar a videovigilância, nós temos de perceber o financiamento”, explicou.   Carlos Barroso